Lula pede demanda estimulada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado (15) o estímulo à demanda interna como estratégia para evitar que a crise financeira internacional resulte no recuo da atividade produtiva e na queda de empregos no Brasil.

“O Brasil tem um potencial de mercado interno que um país desenvolvido não tem, porque (a população nos países desenvolvidos) já tem carro, já tem casa, já tem televisão. Poderemos facilitar que o povo brasileiro tenha acesso a esses bens que ainda não tem”, afirmou o presidente em rápida conversa com jornalistas.

Com esse objetivo, segundo Lula, o governo federal manterá os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Não pararemos de fazer os investimentos que estão previstos, porque a economia brasileira pode não crescer tudo o que a gente queria que crescesse, mas não pode deixar de crescer, porque o povo precisa trabalhar”, afirmou.

O presidente também assegurou que o governo federal criará condições para continuar irrigando o mercado financeiro. “Até agora, todo o dinheiro que foi colocado pelos países ricos não chegou na ponta. É preciso que eles tratem de fazer com que o dinheiro chegue na ponta para o mercado financeiro poder voltar a funcionar com uma certa normalidade”, criticou.

Lula citou como exemplo o caso dos Estados Unidos. Em jantar na Casa Branca com os chefes de Estado do G20 financeiro, na noite de sexta-feira, Bush teria revelado que o governo norte-americano já aplicou US$ 1,5 trilhões – e não os US$ 850 bilhões anunciados – para amenizar os efeitos da crise desencadeada pela falência do mercado imobiliário norte-americano. Até agora, no entanto, apenas US$ 250 bilhões chegaram ao mercado.

“O que pode acontecer de pior é que uma crise que começou por conta da especulação venha a causar problema sério no setor de produção dos países que tanto precisam crescer”.