Brasília – A privatização dos bancos estaduais do Ceará, Maranhão, Piauí e Santa Catarina será adiada mais uma vez. Diante da resistência de alguns governadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou em segundo plano o processo de venda desse bancos, que foram federalizados ainda no governo passado. O Palácio do Planalto quer evitar novos atritos políticos para não aumentar as dificuldades que enfrenta no Congresso para a aprovação da reformas. Por isso, um projeto alternativo de venda, proposto pelo Banco Central, foi engavetado pelo Ministério da Fazenda.
“Isso não é como aprovar reformas ou definir investimentos em infra-estrutura. Não é algo que exija um esforço concentrado neste momento”, afirma uma fonte do Palácio do Planalto. “Se não vendermos agora, poderemos fazê-lo no ano que vem”, completa. O problema é que, enquanto isso não acontece os bancos operam com restrições e têm dificuldades para enfrentar a concorrência privada.
Para tentar contornar a resistência dos governadores, o BC chegou a propor que parte do dinheiro da venda fosse para os Estados. Mas como os demais Estados que já venderam seus bancos foram obrigados a utilizar 100% dos recursos para abater dívidas houve receio de que a proposta pudesse abrir um grande embate, e a idéia foi afastada.