Leilão do BC não impede alta do dólar

São Paulo – O dólar comercial voltou a fechar em alta, ontem, de 0,35%, cotado a R$ 2,860 na compra e R$ 2,865 na venda. O leilão de ?swap? cambial do Banco Central não surtiu efeito sobre a cotação. Pelo contrário, logo depois de divulgado o resultado o dólar disparou e atingiu a máxima do dia, a R$ 2,888 na venda, com alta de 1,15% sobre o fechamento de anteontem.

A expectativa era que a rolagem de uma dívida de US$ 1,030 bilhão, que vence no próximo dia 18, fosse de 95%, como nas duas últimas operações, mas o percentual chegou a 90,3%. Foram ofertados 5,6 mil contratos em três vencimentos. Anteontem, na primeira oferta realizada pelo BC para esse vencimento, foram rolados 74%. O mercado gostou e o dólar caiu atingindo no final do período a menor cotação do ano (R$ 2,855) e a mais baixa desde 18 de julho do ano passado.

O mercado não acredita que o Banco Central realize mais um leilão para garantir a rolagem do total da dívida. Se acontecer, será uma surpresa, segundo o analista de uma corretora. O diretor da corretora Pionner, João Medeiros, lembrou que o BC tem escolhido taxas menores e acolhido apenas as ofertas que lhe garantem bons rendimentos. Para Medeiros, a preocupação gira agora em torno do destino da taxa básica de juros, a Selic, que será definida na próxima reunião do BC, nos dias 17 e 18 de junho.

A inflação continua preocupando e ainda há muita incerteza quanto ao destino da Selic. Se considerar que a inflação ainda está muito acima da meta do governo, de 8,5% para este ano, e as recentes declarações de membros da equipe do governo são taxativas quanto à inércia inflacionária, a taxa permanece onde está”, afirmou Medeiros.

Apesar da alta do dólar, os ativos brasileiros apresentaram valorização nesta quinta-feira. Às 17 horas, C-Bond, principal título negociado no exterior, registrava alta de 0,47%, a 92,20% de seu valor de face. O Global 40, título mais antigo e de longo prazo, apresentava elevação de 0,15%, a 98,30% do seu valor de face. O risco-país, que mede a percepção do Brasil no exterior, não mostrou sinais de melhora pela manhã até o início da tarde, mas no final da tarde apresentava queda de 1,61%, com 733 pontos-base.

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