Depois de 15 anos de disputa, os países latino-americanos e a União Europeia estão próximos de concluir as negociações sobre o comércio de banana. O entendimento poderia ser anunciado nesta semana, facilitando as exportações de bananas da região para o maior mercado consumidor hoje do produto, a Europa.
A ideia do Brasil, Equador, Costa Rica e Colômbia é garantir que a tarifa de importação na Europa passe de 176 euros por tonelada para 148 euros. Em oito anos, a taxa cairia para 114 euros. Os países latino-americanos já conseguiram que a Organização Mundial do Comércio (OMC) condenasse as práticas europeias.
Mas até hoje Bruxelas jamais implementou as correções nas tarifas. As dificuldades são duas: a produção da Espanha e o acesso que as ex-colônias africanas ainda se beneficiam no mercado europeu.
No fundo, porém, a disputa é ainda uma guerra entre Europa e Estados Unidos. A maioria das exportações latino-americanas é feita por multinacionais americanas instaladas nos diversos países. Hoje, o maior fornecedor de bananas para a Europa é o Equador, com 1 milhão de toneladas por ano. No Brasil, as vendas chegam a 70 mil.
Bruxelas insiste que, para um acordo ter validade, outros entendimentos precisarão ser estabelecidos. Um deles é um tratado geral sobre o comércio de produtos agrícolas tropicais, como frutas. A segunda exigência é de que os americanos também aceitem a proposta.