Laboratórios cobram reajuste dos remédios

Os laboratórios querem reajustar os preços dos medicamentos em mais 4% ainda neste ano. O pedido será apresentado à nova Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, composta por integrantes dos ministérios da Fazenda, Saúde, Justiça e Casa Civil. Mesmo com a recente queda do dólar, os empresários alegam que não conseguiram repassar todo aumento de custos acumulado nos últimos meses com a importação de insumos e matérias-primas.

“Para dar estabilidade ao setor, nossa conta é de 3,75%, beirando os 4%”, afirmou ontem o presidente da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Abrafarma), Ciro Mortella.

Desde 2000, os preços do setor são controlados pelo governo. O último aumento, de 8% em média, foi autorizado em março deste ano. Por força de uma medida provisória que começou a valer neste mês, os laboratórios só poderiam rever outra vez suas tabelas em março de 2004, mas o governo acabou criando uma brecha ao permitir um aumento extra em agosto deste ano. O índice de reajuste sugerido pelos laboratórios, calculado com base no IPA, da Fundação Getúlio Vargas (FGV, que mede a variação de preços no atacado), está bem acima do número inicial cogitado pela Câmara de Regulação – de no máximo 2%.

“O governo usa o IPCA para fixar os reajustes. Isso é uma bobagem técnica, porque equipara os custos dos fármacos com os dos tubérculos”, diz Felipe Ohana, diretor da área econômica da Febrafarma.

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