Em um pregão morno, os juros futuros apresentaram oscilações modestas e encerraram a sessão regular desta terça-feira, 30, perto dos níveis dos ajustes de ontem. Diante de um quadro de apostas já consolidadas para a decisão do Copom amanhã, 31, e a expectativa pelo encontro do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano), investidores adotaram uma postura cautelosa e promoveram apenas ajustes marginais nos prêmios de risco.

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Entre os contratos mais curtos, DI para janeiro de 2020 encerrou a 5,56%, ante 5,57% no ajuste de ontem. Na parte intermediária da curva, DI para janeiro de 2021 passou de 5,43% para 5,42%, e DI para janeiro de 2023 fechou 6,30%, estável. Entre os longos, DI para janeiro de 2023 desceu de 6,85% para 6,83%.

A liquidez foi superior a do pregão de ontem, mas ainda assim reduzida. Foram negociados 215,5 mil contratos para o vencimento de janeiro de 2021, quase cem mil acima do observado ontem (119 mil) e em linha com a média diária da semana passada. Em junho, o giro diário superava 400 mil contratos.

Segundo Luis Felipe Laudisio, operador de renda fixa da corretora Renascença, as taxas futuras espelham cerca de 75% de chances de redução da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano. A ala minoritária do mercado se concentra na expectativa de corte de 0,25 ponto. Há também apostas muito residuais em uma redução de 0,75 ponto.

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“O mercado está com ritmo bem lento, apenas aguardando as reuniões do Copom e do Fed amanhã. Podemos ver um ajuste mais forte após o Copom, dependendo do que o comunicado sinalizar para as próximas reuniões”, diz Laudisio, lembrando que, grosso modo, o mercado trabalha com um ciclo total de afrouxamento monetário entre 1 ponto e 1,25 ponto porcentual.

No exterior, os investidores apostam majoritariamente que o Fed reduza a taxa básica de juros americana – atualmente entre 2,25% e 2,50% – em 0,25 ponto porcentual. Contudo, como há ainda apostas minoritárias em queda de 0,50 ponto porcentual, pode haver um ajuste para cima nas taxas dos Treasuries amanhã com potencial para levar a uma pequena recomposição de prêmios na parte longa da curva a termo local.

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Um gestor de renda fixa observa que é normal os agentes se retraírem diante da perspectiva de mudança concomitante de política monetária aqui e nos Estados Unidos. “Dependendo da combinação das decisões do Copom e do Fed, podemos ter um ajuste mais forte na curva. Além disso, o Congresso volta do recesso e haverá o segundo turno da reforma da Previdência na Câmara”, diz o gestor, que ainda vê espaço para redução dos prêmios nas taxas locais.