As taxas de juros para operações de crédito caíram, em abril, pelo quinto mês seguido, aponta a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), em relatório distribuído à imprensa. A entidade atribui a queda aos consecutivos cortes na Selic, sendo o último deles no dia 12 de abril, quando o Banco Central (BC) reduziu a taxa de 12,25% para 11,25% ao ano.

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Para o diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a expectativa é de que, diante da desaceleração da inflação e de uma política fiscal mais rígida por parte do governo, novas reduções na Selic ocorram ao longo do ano, “o que reduz o custo de captação dos bancos, possibilitando novas reduções das taxas de juros nas operações de crédito”.

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Oliveira, no entanto, pede cautela. “Tendo em vista o cenário econômico atual, que aumenta o risco de elevação dos índices de inadimplência por conta da recessão econômica em curso e do desemprego elevado, pode haver o risco de novas elevações das taxas de juros das operações de crédito aos consumidores tanto na pessoa física quanto na jurídica”, disse.

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Em abril, as taxas foram reduzidas em todas as linhas de crédito, tanto as oferecidas para pessoa física quanto as que se destinam a pessoa jurídica. Na média das linhas para pessoa física, houve diminuição de 8,07% na taxa mensal em março para 7,87% em abril. Ao ano, a redução foi de 153,78% para 148,2%.

No caso do cartão de crédito, a média da taxa mensal caiu de 15,13% para 14,31% e a da anual recuou de 442,33% para 397,75%. O juro cobrado para cheque especial, por sua vez, foi reduzido, na média, de 12,38% ao mês em março para 12,30% em abril, enquanto a taxa anual baixou de 305,76% para 302,31%.

Para as linhas oferecidas para pessoa jurídica, a média da taxa mensal caiu de 4,64% em março para 4,58% em abril. Ao ano, houve diminuição de 72,33% para 71,15%. Na linha que se destina a financiar capital de giro, a média da taxa cobrada ao mês recuou de 2,52% em março para 2,49% em abril. Ao ano, a redução foi de 34,80% para 34,33%.