Economia

Juros: após IPCA forte de dezembro, mercado se divide sobre Selic

O ritmo de alta dos juros mais curtos perdeu força ao longo da tarde desta sexta-feira, 10, com investidores digerindo o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro. A visão de parte de analistas é de que o choque de carnes ficou concentrado no mês passado, o que abriria espaço para que a inflação responder mais à atividade.

O que gera a discussão no mercado é justamente qual o ritmo que a economia vai ter de agora para frente. A divisão se reflete nas apostas para a Selic, que ficaram em 52% para manutenção e 48% para corte de 25 pontos-base. Na sessão estendida, contudo, a virada do dólar deu ímpeto às taxas em toda a curva.

Pesquisa relâmpago do Projeções Broadcast divulgada à tarde mostrou que apesar do resultado do IPCA de dezembro (1,15%) ter superado a mediana, a percepção do mercado é de que a inflação de 2020 voltará a ficar aquém do centro da meta (4,0%). O levantamento com 37 casas apontou mediana de 3,60%, com intervalo de 3,20% a 4,00%.

“Os núcleos, que mostram a tendência da inflação, continuam bem comportados, com variação ao redor de 2,5%. Esperamos já em janeiro dissipação de parte importante do choque altista de carnes, sem sinais de contágio dos núcleos, reforçando a ancoragem da inflação”, disseram analistas do Bradesco, ao projetar IPCA em 3,60% em 2020.

De certa forma, esta percepção foi sentida no mercado de juros ao longo do dia. Depois da máxima em 4,500%, o DI para janeiro de 2021 foi perdendo força até fechar a sessão regular em 4,470%, de 4,455% do ajuste de ontem. A estendida ficou em 4,490%.

Por sua vez, a do DI para janeiro de 2023 foi de 5,670% para 5,680% (regular) e 5,700% (estendida). O janeiro de 2025 se manteve em 6,380% na regular e subiu para 6,390% na estendida. Já o janeiro de 2027 saiu de 6,730% para 6,740% (regular) e 6,750% (estendida).

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