Juros ao consumidor devem ter pequena queda

A decisão do governo em reduzir a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,50 ponto porcentual, para 18% ao ano, deve apontar para uma redução embora pequena – também das taxas cobradas pelos bancos, financeiras e lojas com vendas a prazo.

A redução não era esperada e, também por isso, foi muito bem recebida. Para o presidente da Associação Brasileira de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Ricardo Malcon, a queda na Selic é positiva e deve reduzir os juros ao consumidor, uma vez que a demanda por crédito está fraca. ?Mas essa redução deve ser pequena?, afirma.

Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), também prevê uma redução pequena nos juros ao consumidor, mas ressalta o forte efeito psicológico da medida que causa impacto positivo no mercado e melhora os ânimos. ?Por isso, precisamos aguardar os próximos dias. Se os juros futuros caírem, pode haver redução das taxas para o consumidor.?

Desde março, a Selic estava inalterada em 18,50% ao ano. Desde a reunião de junho, não foi usado o viés de baixa – que permite redução da taxa a qualquer momento pelo Banco Central (BC). Isso resultou em frustração e trouxe pessimismo, explica Oliveira. ?Houve redução dos prazos e aumento dos juros na ponta.?

Dados da Anefac, referentes aos meses de maio e junho, confirmam esse aumento. Para se ter uma idéia, o empréstimo pessoal de financeiras teve sua taxa média elevada em 0,73 ponto porcentual, de 11,25% em maio para 11,98% em junho, o que representa um aumento na taxa anual de 259,42% para 288,76%.

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