Juro para pessoa física é o menor desde 1995

A taxa média de juros no crédito a pessoa física registrou em outubro a quarta queda mensal consecutiva e atingiu o menor nível desde janeiro de 1995. O levantamento realizado todos os meses pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) aponta baixa de 0,05 ponto porcentual ante setembro nas taxas de operações de crédito, de 6,74% para 6,69% ao mês, o menor nível da série histórica da pesquisa, iniciada há 15 anos. A taxa corresponde a juro de 117,51% ao ano, uma queda de 1,23 ponto porcentual em relação a setembro (118,74% ao ano).

A queda da taxa foi puxada por cinco dos seis tipos de linhas de crédito que compõem o cálculo da taxa média para pessoa física: juros do comércio, cheque especial, crédito direto ao consumidor, empréstimo pessoal de bancos e empréstimo pessoal de financeiras. Das modalidades de crédito pesquisadas pela Anefac, apenas a taxa do cartão de crédito não teve alteração, permanecendo pelo nono mês consecutivo no patamar de 10,69% ao mês. No período de janeiro a outubro, a taxa de juros média para pessoa física teve redução de 1,23 ponto porcentual, passando de 118,74% para 117,51% ao ano.

Empresas

A redução também foi observada na taxa média para pessoa jurídica, que em outubro apresentou recuo de 0,02 ponto porcentual, passando de 3,78% para 3,76% ao mês. O porcentual é o menor desde março deste ano e corresponde a uma taxa de 55,73% ao ano. Das três linhas de crédito usadas para cálculo da taxa média, duas apresentaram baixa em outubro ante o mês anterior (capital de giro e desconto de duplicatas). A modalidade conta garantida apresentou aumento de 0,04 ponto porcentual no período. De janeiro a outubro, a taxa de juros média para pessoa jurídica teve redução de 0,36 ponto porcentual, passando de 56,09% para 55,73% ao ano.

Em comunicado, a entidade prevê que os juros em operações de crédito deverão seguir em tendência de queda nos próximos meses, com baixas superiores às eventuais quedas da taxa básica de juros, a Selic. “Deveremos inclusive ter períodos em que a Selic vai ficar inalterada e as taxas de juros das operações de crédito vão ser reduzidas”, estima a entidade. “O ano de 2010 deverá ser extremamente positivo no crédito, fazendo com que o volume total atinja (o equivalente a) 50% do Produto Interno Bruto (PIB).” A Anefac apoia a expectativa com base em fatores como a melhora do ambiente econômico, a maior competição no sistema financeiro e possíveis ações do governo para a redução do spread bancário.