Juro mais barato para compra da casa própria

Os bancos nunca estiveram tão empenhados em ampliar a concessão de crédito imobiliário para a classe média. Para disputar a clientela desse segmento, pouco explorado até pouco tempo atrás, o setor está se valendo de várias estratégias, como a redução do custo do financiamento habitacional e a criação de agências com funcionários especializados no assunto.

O HSBC e a Nossa Caixa, por exemplo, reduziram as taxas do crédito imobiliário dos 12% anuais para 10% e 9%, respectivamente. O Itaú programou para setembro a redução dos juros para 8% ao ano nos primeiros 36 meses de contrato. Outros bancos, como Bradesco e Caixa Econômica Federal estudam medidas semelhantes.

O resultado desse esforço já foi medido pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). Só no mês passado o setor destinou R$ 519,42 milhões para o financiamento habitacional, o que representou um incremento de 86,73% em relação ao mesmo mês de 2004.

Essa explosão do financiamento habitacional, segundo representantes do setor, é reflexo da combinação da regulamentação de leis que trouxeram mais segurança para as operações de crédito imobiliário – como a alienação fiduciária – com resoluções do CMN (Conselho Monetário Nacional), que passaram a incentivar a ampliação da contratação de crédito para a habitação.

Na alienação fiduciária, o mutuário que atrasar o pagamento da prestação por três meses pode ter o imóvel retomado em até seis meses. Com a garantia hipotecária, a retomada do imóvel do inadimplente se arrasta por muitos anos na Justiça.

Neste ano, o CMN passou a incentivar o crédito para imóveis avaliados em até R$ 150 mil – para a classe média – e financiados com juros menores. Combinado a essa situação, o CMN também fixou metas para a expansão do crédito imobiliário: 50% no segundo semestre. Essa meta é uma alternativa para os bancos que não conseguem cumprir a exigência de aplicar 65% dos depósitos da poupança em habitação.

O presidente da Abecip, Décio Tenerello, disse que esses incentivos do CMN – combinados com as penalidades para quem descumprisse as exigências – acabaram por aumentar a concorrência no setor, com a readequação das linhas de crédito.

Para 2005, a Abecip estima que o mercado de crédito imobiliário deva crescer cerca de 50%, atingindo R$ 4,5 bilhões.

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