Juro futuro sobe com inflação pelo IGP-M em alta

O resultado do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de agosto, acima do previsto, coloca em xeque a aposta de que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai cortar a Selic em 0,25 ponto porcentual na reunião da semana que vem. O indicador subiu de 0,28% em julho para 0,98% em agosto, refletindo, principalmente, pressão de demanda.

Esse quadro, aliado à volatilidade do dólar, amplia a chance de o Copom interromper, já em setembro, o ciclo de alívio monetário. E os contratos de depósito interfinanceiro (DI) de curto prazo já refletem essa dúvida: as taxas projetam um corte menor que 0,25 ponto, mostrando que há investidores colocando fichas na manutenção da Selic. "O Copom deixou claro nas últimas atas que continuará vigilante, atento à inflação. O quadro piorou muito e pode justificar uma pausa da queda da Selic", afirma um operador.

Essa reflexão, sobre qual deve ser o impacto do resultado do IGP-M de agosto sobre a próxima decisão do comitê, deve concentrar os esforços dos economistas nesta quarta-feira. Isso porque hoje é o último dia para as instituições financeiras atualizarem as projeções colhidas pela pesquisa Focus, do BC, que será divulgada na segunda-feira que vem.

Preços administrados

Profissionais observam que o IGP-M é um dos indicadores mais importantes na correção dos preços administrados. A pressão mostrada hoje confirma, portanto, o que BC mesmo já havia advertido, que a evolução dos preços administrados voltará a pressionar a inflação em 2008.

Esse efeito do IGP-M deve se refletir nos contratos de curto prazo, com vencimentos até 2008 na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A parte mais longa da curva, no entanto, continua suscetível ao comportamento do mercado externo. Neste início de pregão, os sinais são de alívio no humor lá fora. Às 10h13, o DI com vencimento em janeiro de 2010 (o mais negociado) tinha taxa de 12,01% ao ano, de 12% ontem; o DI para janeiro de 2009 projetava taxa de 11,70% ao ano (11,69% no dia anterior); e o DI para janeiro de 2008 estava em 11,19% ao ano (estável).

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