Juro do cheque especial chega a 185% ao ano

A pesquisa foi feita pelo Procon-SP, mas serve como parâmetro para todo País, já que os bancos uniformizaram as taxas. Assim, é possível observar que a taxa média para o cheque especial passou de 9,11% em janeiro para 9,13% ao mês, em fevereiro, em 13 bancos pesquisados. A taxa equivalente ao ano para esta modalidade é de 185,22%. Antes da alta registrada nos dois últimos meses, a taxa do cheque especial não ficava acima dos 9% ao mês desde junho de 2000. Naquela época, os juros estavam em 9,16% (186,2% ao ano).

A taxa média para o empréstimo pessoal teve uma “redução inexpressiva” em fevereiro, segundo o Procon, de 6,01% para 5,98% ao mês. A taxa equivalente ao ano é de 100,73%. Segundo a pesquisa, a maior taxa do empréstimo pessoal foi de 6,95% ao mês (Itaú) e a menor, 3,95% ao mês (Nossa Caixa). Já com relação ao cheque especial, a maior taxa mensal foi de 9,80% (BCN e Itaú) e a menor, 7,95% (Nossa Caixa).

“As taxas de juros não estão convidativas, portanto é aconselhável que o consumidor evite qualquer modalidade de crédito pessoal e procure outras formas de saldar suas contas”, dizem os técnicos do Procon, sugerindo ao consumidor que procure, por exemplo, parcelar o pagamento de suas compras.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou em janeiro a taxa básica de juros de 25% para 25,5% ao ano. O Copom se reúne novamente esta semana (ontem e hoje) para decidir sobre possíveis alterações na taxa básica. Para a maioria dos analistas de mercado, o juro deve subir para 27%.

Os 13 bancos que fizerem parte da pesquisa foram: Banco Bilbao Vizcaya Brasil, Banco do Brasil, Banespa, BCN, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú, Mercantil de São Paulo, Nossa Caixa, Real Santander e Unibanco.

A Fundação Procon-SP coloca o resultado da pesquisa para consulta nos postos de atendimento e pela internet, no endereço eletrônico: www.procon.sp.gov.br.

Alternativa é o crédito pessoal

Com as altas taxas cobradas pelas instituições financeiras para a utilização do cheque especial, a tendência é que aumente a procura por outros meios de financiamento, avalia o consultor do Departamento de Estudos e Pesquisas do Banco Central, Eduardo Lundberg.

Ele diz que as taxas cobradas para uso do cheque especial são as “mais caras e absurdas” do mercado.

Na sua avaliação, o consumidor que precisa de financiamento deve buscar outras alternativas, como o crédito pessoal. Dependendo do banco, o consumidor pode encontrar taxas menores.

Já o economista da Febraban (Federação Brasileira das Associações dos Bancos), Roberto Troster, afirma que é preciso avaliar que as taxas para cheque especial são diferenciadas em cada instituição. Ele cita, por exemplo, que alguns bancos dão prazos para o uso do cheque especial sem cobrar taxas.

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