IV Ciclo de Estudos Contábeis destaca o novo contabilista

Organizado pelo Conselho Regional de Contabilidade do Paraná (CRCPR), com apoio das entidades contábeis e instituições de ensino que ministram curso de Ciências Contábeis, na capital, o IV Ciclo de Estudos Contábeis de Curitiba ( Cecoc), realizado no auditório do Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade), de 19 a 21 de maio, acentuou o perfil do novo contabilista.

Já na abertura, o presidente do CRCPR, Nelson Zafra, sintetizou, para os mais de 700 participantes, na sua maioria estudantes, as virtudes do “novo” contabilista: ele precisa estar antenado com o seu tempo, atualizar-se permanentemente, ser ético e ter responsabilidade social. “Não basta ser competente. É preciso ser coerente, justo e solidário. Não basta ter um diploma. É preciso continuar estudando”, disse.

Motivação para a ética

“É possível conciliar os negócios com a ética?”, questionou Mário Sérgio Cunha Alencastro. O professor, que leciona Ética Geral e Profissional para os cursos de Ciências Contábeis e de Economia das Faculdades Integradas Santa Cruz (Faresc), analisou a crise de valores por que passa a humanidade, a despeito dos avanços tecnológicos, e apontou, como saída, a revalorização da ética. “Estamos vivendo um verdadeiro estado de esquizofrenia. As pessoas muitas vezes acreditam em coisas boas, certas, mas, na prática, agem diferente, provocando um cisão em suas consciências.” O profissional tem que inspirar confiança, ser honesto, responsável, respeitar o outro, ter espírito de cooperação e competir de forma limpa.

A busca da transparência

Diante do despreparo da auditoria tradicional para avaliar as empresas com qualidade e eficiência, como comprovaram as fraudes na contabilidade de grandes grupos, “a auditoria integral é a nova proposta na busca de transparência na atividade”, afirmou o professor Vicente Pacheco. Abordando o mesmo tema, concordou com ele Everson Breda Carlin: “Os escândalos contábeis nas empresas americanas representam um divisor de águas para a auditoria, uma vez que o objetivo desta é justamente comprovar que a contabilidade das empresas está acima de qualquer suspeita”. Segundo ele, entre outras virtudes, o auditor precisa ter conhecimento geral e específico, ter credibilidade e princípios enraizados.

Clima de desconfiança

“A dúvida a respeito do balanço balançou a maior economia do mundo”, afirmou o diretor-superintendente da Telepar Celular, Telesc Celular e CTMR Celular, José Dorotheu Fabro, comentando os casos de fraudes na contabilidade de grandes empresas. O contador, no contexto da governança corporativa e relações com os investidores, tem papel fundamental. É com base nos seus relatórios que os acionistas tomam suas decisões. Além de apresentar as informações de forma que os investidores possam entendê-las, o contador precisa ter transparência, ampla visão da empresa e do mercado, ter laços fortes com a profissão. “A sua maior contribuição é na qualidade das informações”, completou.

Marketing profissional

Não adianta ser o melhor profissional do mercado e ninguém saber disso, afirmou o especialista em Comunicação Estratégica Rodrigo D. Bertozzi. Segundo ele, “produtos e serviços não são os únicos objetos passíveis de ser colocados no mercado; pessoas, lugares, idéias, experiências e organizações também o são”.

Para ter sucesso na profissão, é preciso planejar a carreira, criar uma marca pessoal, tecida com experiência, esforço, estudo, ética, espírito de inovação e uso dos recursos da comunicação integrada. “Marketing pessoal nada mais é do que expor-se diante das oportunidades para que as pessoas retenham sua imagem e possam convidá-lo para fazer parte de seus planos. É criar uma marca pessoal dentro do seu universo de atuação”, esclarece.

Fiscalização profissional

A função do CRC é fiscalizar, antes porém de forma orientativa do que punitiva, buscando a valorização profissional e a qualidade dos serviços contábeis. Colocando como pano de fundo esse conceito, o vice-presidente da Câmara de Fiscalização do CRCPR, Marcos Sebastião Rigoni de Mello, apresentou dados do trabalho de fiscalização do conselho. A infração profissional mais freqüente no Estado é a não-manutenção de escrituração contábil. Em 2002, foram identificados 1.107 casos.

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