Irati terá a maior indústria de biodiesel do mundo

O município de Irati, localizado na região centro-sul do Paraná, foi o escolhido para a implantação da maior indústria integrada de biodiesel do mundo, conforme anúncio feito ontem, em Curitiba, pela diretora-executiva da Companhia Brasileira de Energias Alternativas e Renováveis (CBEAR), Christianne Fullin.

A planta vai exigir investimentos de cerca de 300 milhões de euros, em um terreno de 120 alqueires, possibilitando uma capacidade de produção de 600 mil toneladas de biodiesel por ano.

No anúncio, feito junto com o secretário estadual da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, e de autoridades de Irati, a empresária afirmou que o primeiro lote da produção com destino ao mercado internacional já está vendido e ocorrerá no início de 2010. “Vamos promover a capacitação dos trabalhadores e todas as negociações entre empresa e produtor serão feitas por contrato”, explicou a empresária.

A opção por Irati se deu em função da infra-estrutura logística, proximidade com o Porto de Paranaguá e disponibilidade de linha férrea. “A Ferroeste será a prestadora de um ramal ferroviário para escoar nossa produção”, disse Christianne Fullin.

Segundo o prefeito Sergio Stoklos, a empresa vai agregar valor às propriedades rurais, além de gerar reflexos na área urbana, rural e de vários municípios vizinhos. “Irati está preparada para receber investimentos de grande porte e o apoio do governo do Estado foi fundamental para a escolha de nosso município”, afirmou.

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Um total de 68 municípios integrados deve garantir o fornecimento de oleaginosas como o girassol e a canola – culturas cultiváveis em período de entressafra nas propriedades rurais.

Para isso, serão instalados 15 entrepostos nas cidades, onde ficarão armazenados os grãos para que a empresa faça o transporte até Irati. Também haverá a participação de cooperativas que trabalham no fornecimento de soja. Durante o anúncio, a empresária afirmou que a soja será a cultura para produção inicial de biodiesel.

Em uma etapa futura, será utilizado o tungue, oleagionosa de cultura perene que pode ser implementada em locais onde não existe aproveitamento do solo para cultivos tradicionais.

Estão envolvidas no projeto da fábrica as Secretarias da Indústria e Comércio, Agricultura e Abastecimento, Ciência e Tecnologia, Fazenda, Meio Ambiente, além da Emater, IAP, Iapar, Ferroeste, Tecpar e Lactec.