IPCA de junho fechou em 0,38% em Curitiba

Curitiba apresentou variação de 0,38% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de junho – 0,04 ponto percentual abaixo do índice nacional, que fechou em 0,42%. As informações foram divulgadas ontem pelo IBGE. Com este desempenho, a capital paranaense registrou a sétima inflação mais alta entre as onze capitais pesquisadas pelo IBGE. Em maio, Curitiba registrou o menor índice do País, com deflação de 0,29%.

No ano, a inflação nacional acumulada para famílias com rendimento entre um e quarenta salários mínimos é de 2,94%, praticamente igual ao do mesmo período do ano passado (2,96%) e aproximando-se, em seis meses, da meta de 3,5% estabelecida para o ano inteiro (com variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo). O IPCA é o índice usado pelo governo no programa de metas de inflação. Nos últimos doze meses, a taxa acumulada é de 7,66%, pouco abaixo do resultado dos doze meses imediatamente anteriores (7,77%). Em junho de 2001, a taxa mensal foi de 0,52%.

O indicador de inflação de junho de 2002 foi o dobro do índice de maio (0,21%). A maior contribuição para a alta do IPCA (0,14 ponto percentual) foi o gás de cozinha, que chegou ao consumidor 9,02% mais caro, devido ao reajuste de 9,2% nas refinarias. Em maio, o produto apresentou queda de 3,67%. As tarifas de ônibus urbanos – que subiram 2,44% em virtude de reajustes no Rio de Janeiro, Fortaleza e Salvador – também impactaram a elevação.

A alta do dólar afetou alguns alimentos, como óleo de soja (8%), derivados de trigo como o macarrão (1,36%) e cerveja (1,26% em conseqüência do reajuste do malte, vinculados ao dólar). De forma geral, os alimentos mostraram relativa estabilidade de preços no mês passado (0,08%) depois do recuo de 0,59% em maio. Mas houve aumentos no tomate (14,87%), feijão carioca (5,87%), ovos (3,32%) e arroz (2,88%).

Em Curitiba, o grupo de alimentos e bebidas registrou queda de 0,17% em junho, enquanto a média nacional foi positiva em 0,08%. O item transportes, com redução de 0,17%, também ficou bem abaixo do índice nacional (0,32%). Mas também ocorreram altas expressivas na capital paranaense: habitação (1,56% ante 1,09%), artigos de residência (0,83% contra 0,06%), vestuário (1,60% ante 1,39%) e despesas pessoais (0,41% contra 0,29%).

Salvador registrou o maior índice regional (0,87%), pois alguns itens tiveram aumentos acima da média nacional, como ônibus urbanos (6,80%), gasolina (2,43%) e remédios (1,07%). O menor índice foi verificado em Belém (0,19%), onde os alimentos caíram 0,45%. Nas demais regiões metropolitanas, os índices foram os seguintes: Fortaleza (0,82%), Rio de Janeiro e Goiânia (0,70%), Brasília (0,43%), Recife (0,41%), Belo Horizonte (0,30%), São Paulo (0,27%) e Porto Alegre (0,22%).

No acumulado do ano, a liderança é de Porto Alegre (3,75%) e o menor índice é de São Paulo (2,36%). Curitiba aparece com a terceira menor variação no período (2,90%).

INPC

No INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), também divulgado ontem, Curitiba apareceu com o quarto menor índice do País: 0,39%. A taxa nacional de inflação para famílias com renda de um a oito salários mínimos foi de 0,61% em junho. O resultado é bem superior ao de maio (0,09%). No ano, o índice acumulado fica em 3,42%, resultado inferior ao do mesmo período do ano passado (3,81%). O acumulado nos últimos doze meses situa-se em 9,04%, próximo ao resultado dos doze meses imediatamente anteriores (9,03%). Em junho de 2001, a taxa mensal foi de 0,60%.

No acumulado do ano, Curitiba registra a terceira menor variação (3,26%), atrás apenas de São Paulo (2,56%) e Brasília (3,02%).

Salto nos preços administrados

Os preços administrados permanecem como principais vilões da inflação, tanto no mês de junho quanto no semestre. E em julho serão responsáveis por novo salto na inflação. Somente os aumentos dos combustíveis, energia e telefonia fixa deverão representar uma taxa de 0,76% no mês, segundo cálculos do Instituto Fecomércio. Alguns analistas já prevêem inflação de 1%.

A chefe do Sistema de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, admitiu que os reajustes de tarifas ocorridos a partir do final de junho terão forte influência sobre os resultados de julho. Ela lembrou que houve aumento médio de 8% na telefonia fixa no dia 28 de junho; reajustes na energia elétrica em São Paulo (14,24%) e Curitiba (10,96%) respectivamente no início de julho e final de junho; aumento de 6,7% da gasolina nas refinarias no dia 30 de junho; elevação dos preços do gás de cozinha (6,2%) em 5 de julho e, ainda, de 9,5% do óleo diesel no final de junho.

Além desses reajustes dos não-alimentícios, Eulina lembrou que os alimentos já começaram a reverter no mês passado, em conseqüência da entressafra que prossegue neste mês, a tendência de queda registrada em abril e maio.

Acumulado

O gás de cozinha deu a maior contribuição para a inflação acumulada em 2,94% no primeiro semestre. Com reajuste acumulado de 32,41% medido pelo IPCA, o produto foi responsável sozinho por uma contribuição de 0,43 ponto percentual na inflação. Outros preços administrados também apresentaram forte impacto no índice, como energia elétrica (10,23%) e ônibus urbanos (5,86%).

A gasolina, por outro lado, apresentou a maior influência negativa no período, com variação de -3,01%. Apesar dos três reajustes do produto computados pelo IPCA no primeiro semestre, a queda dos preços no início do ano, como resultado da abertura de mercado, acabou evitando um impacto positivo na inflação acumulada.

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