IPCA-15 supera IPCA de novembro e põe dúvida na queda da inflação

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 3,05% em dezembro, acima do IPCA-15 (2,08%) e do IPCA (3,02%) fechados de novembro, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15, que levou em conta os preços vigentes de 12 de novembro a 9 de dezembro, funciona como uma espécie de prévia do IPCA fechado do mês.

Segundo o IBGE, os preços dos alimentos no período ainda refletem a alta do dólar e atingiram variação de 5,60%, acima do resultado de 4,47% de novembro. Enquanto alguns produtos apresentaram redução no ritmo de crescimento de preços, outros mostraram aceleração. É o caso do pão francês (de 9,78% para 2 70%) e do óleo de soja (de 10,61% para 6,65%), em contraposição à farinha de mandioca (de 3,35% para 20,63%) e ovos (de 8,36% para 15,99%).

Outros aumentos expressivos foram registrados nos preços de açúcares refinado (31,25%) e cristal (14,74%), frango (11 77%), arroz (11,39% ), feijão carioca (9,82%) e batata-inglesa (9,91%). A gasolina subiu 8,03% no período e refletiu, nas bombas, o repasse do reajuste de 12,09% ocorrido nas refinarias a partir do dia 4 de novembro. Da mesma forma, a variação de 14 05% no gás de cozinha é devido ao reajuste de 22,1% em vigor a partir de 5 de novembro.

O IBGE também divulgou o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), que variou 6,14% no último trimestre. O índice fechou o ano de 2002, ou seja, de janeiro até 15 de dezembro, em 11,99%. O IPCA-E foi formado pelas últimas três taxas do IPCA-15, prévia do IPCA e o último IPCA-15 foi até meados de dezembro. Em 2001, o IPCA-E ficou em 7,51%. No ano, os preços dos alimentos aumentaram 18,11%, sob pressão de produtos direta ou indiretamente vinculados ao dólar. Os produtos não alimentícios, por sua vez, aumentaram 10,24% no ano.

Em novembro, a taxa fechada do IPCA atingiu os dois dígitos no acumulado do ano (10,22%) pela primeira vez desde 1995.

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