Foto: Arquivo/O Estado

Alimentos pressionaram o índice
na Grande Curitiba.

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O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2006 na casa dos 3%. De acordo com o IBGE, o IPCA-15 (coletado entre 14 de novembro e 11 de dezembro) ficou em 2,96% este ano, quase metade dos 5,88% registrados no ano passado e o menor desde 1998, quando ficou em 1,66%. Em dezembro, o IPCA-15 teve variação de 0,35%, próximo à de 0,37% em novembro. A maior pressão este mês veio dos reajustes dos ônibus urbanos em São Paulo.

Até novembro, o IPCA acumulado do ano ficou em 2,65%. O resultado do índice que baliza as metas de inflação do governo está dentro das estimativas de analistas do mercado.

Na Grande Curitiba, o IPCA-15 ficou em 0,43% em dezembro e acumula no ano 2,67%. O grupo alimentos e bebidas, com alta de 0,85%, ajudou a pressionar a inflação. Entre os itens que mais subiram estão o arroz (7,32%), farinha de trigo (11,44%), mamão (21,50%) e couve-flor (15,54%). Já produtos como alface e batata registraram queda de 9,44% e 12,65%, respectivamente. Os medicamentos também ficaram mais caros (1,45%), contra alta de 0,31% na média nacional.

Com a proximidade das festas de final de ano, o grupo vestuário também registrou aumento de preço (0,96%). Outro item com alta foi o cigarro, que ficou 9,69% mais caro em Curitiba. A média nacional foi de alta de 4,66%.

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Por outro lado, os preços dos combustíveis, que vinham pressionando a inflação na Grande Curitiba nos últimos meses, recuaram. A gasolina registrou queda de 0,29%, o álcool de 0,08% e o óleo diesel teve alta de 0,71%.

Brasil

Segundo a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, o resultado do IPCA-15 em dezembro, em nível nacional, reflete os preços no grupo alimentação e bebidas, que desaceleraram para uma inflação de 0,48% neste mês, contra alta de 1,35% em novembro, por conta dos preços menores de carne e frango, devido a problemas com exportação. Os preços menores em alimentos foram sentidos na maioria das 11 regiões metropolitanas. No ano, o grupo acumula alta de 1,08%. Em 2005, o grupo registrou evolução de 2,15%.

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Por outro lado, o vestuário apresentou alta de 1,02% em dezembro. Para Eulina, a razão encontra-se no fim das promoções do varejo com a chegada do Natal. O item cigarro também acelerou 4,66%, ante 1,94% em novembro. As tarifas dos ônibus urbanos subiram 2,01% neste mês, após estabilidade em novembro. O item contribuiu com 0,07 ponto percentual na taxa.

Dentre os índices regionais, o maior resultado foi registrado em Goiânia (0,71%), onde os alimentos tiveram alta de 1,16%. Os menores ficaram com o Rio de Janeiro (0,13%) e Porto Alegre (0,14%).

Ano

Para Eulina dos Santos, o câmbio teve papel fundamental na desaceleração dos preços neste ano. Os alimentos desaceleraram de 2,15% em 2005 para 1,08% em 2006, com influência direta do real valorizado. A habitação teve alta de 3,05%, a metade do ano passado, que foi de 6,44%. Os artigos de residência, que abrange mobiliário e artigos domésticos, caíram 2,57% ante alta de 2,61% no ano anterior. A energia elétrica teve resultado muito próximo da estabilidade no ano (0,14%).

?O dólar teve papel preponderante no sentido de tornar a taxa uma das mais baixas. A economia brasileira é permeada pelo dólar?, afirmou.

Segundo a economista, a tendência é que o IPCA encerre o ano em um patamar próximo ao do IPCA-15, na casa dos 3,0%.