A prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) da Grande Curitiba, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fechou com elevação de 0,79% contra 0,76% da média nacional, ficando em quarto lugar no ranking entre todas as regiões analisadas.

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O resultado confirma o que os especialistas já tinham apontado: a desaceleração no ritmo da inflação. Em dezembro, a variação do IPCA-15 na capital e região havia atingido 0,90%.

É importante notar que ao contrário de outras capitais avaliadas, que apresentaram reajuste nas tarifas de ônibus urbano, Curitiba ainda não elevou o preço da passagem e, mesmo assim, apresentou um índice geral de 0,79%, 0,03% acima da média nacional.

Esse índice, inclusive, foi recebido negativamente pelo mercado, uma vez que contribui para pressionar o teto da meta inflacionária deste ano (de 6,5%). No acumulado dos últimos 12 meses, o Brasil já atingiu 6,04% de alta e a expectativa é de mais aumento nos próximos meses. Tudo isso evidencia o distanciamento da meta inflacionária ideal para este ano que, segundo o Banco Central, seria de 4,5%.

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O grupo de alimentos e bebidas, que foi o que mais pressionou a alta do IPCA na Grande Curitiba no ano passado, na primeira prévia registrou alta de 1,36%, o quarto maior no ranking.

Dentro desse grupo, as hortaliças e verduras disparam neste início de ano na capital, com alta de 19,34% na variação mensal. No mesmo período, o índice nacional desse grupo registrou 8,57% de reajuste.

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Preços

Segundo a Central de Abastecimento do Paraná S/A (Ceasa-PR), que acompanha semanalmente os preços de frutas, legumes e verduras, as elevações nas hortaliças em Curitiba foram puxadas devidos às intensas chuvas ocasionadas após dias de muito calor, principalmente na semana passada.

“Os produtores dizem que isso faz a planta cozinhar. Na prática isso afeta a qualidade do produto e a aparência, o que faz com que muitos itens sejam descartados, como a alface que subiu 70% no mês”, aponta o diretor técnico da Ceasa-PR, Valério Borba. “Mesmo os produtos vendidos acabam tendo a durabilidade reduzida pela metade”, completou. Soma-se a isso a tragédia na Região Serrana do Rio de Janeiro, que também responde pelo abastecimento, e interfere nos preços de todo o País.

Projeção

O vigor da alta do IPCA-15 de janeiro, que subiu 0,76% e ficou acima do teto das estimativas, levou o economista Fábio Romão, da LCA, a revisar a previsão do IPCA deste mês, de uma alta de 0,72% para 0,85%.

Ele destacou que, além do aumento do item Transportes, de 0,17% em dezembro para 0,89% neste mês, e de Habitação, de 0,51% para 0,60% no período, chamou a atenção o avanço do item Despesas Pessoais, de 0,53% para 0,74%, que foi puxado pelos dispêndios com empregados domésticos, que passaram de 0,73% para 0,91%.