Investimentos aumentam tecnologia na pecuária

Com os investimentos de R$ 200 milhões que serão feitos através do Banco do Brasil no Programa Paraná Pecuária, a Secretaria de Agricultura espera aumentar o nível tecnológico no setor pecuarista do Estado. Dados da Emater informam que dos 54 mil produtores da pecuária de corte, 30% estão abaixo do nível tecnológico adequado, 60% estão no nível médio e apenas 10% têm um alto nível de tecnologia. Segundo a Emater, os números se devem à falta de financiamentos acessíveis ao agricultor familiar, que representam hoje 87% das propriedades agrícolas do Estado.

Para o secretário da Agricultura e Abastecimento, Orlando Pessuti, a parceria entre o governo do Estado, governo federal e Banco do Brasil é fundamental para o desenvolvimento da pecuária do Paraná. “Estaremos produzindo mais, gerando emprego e renda”, disse.

O convênio, que deverá ser assinado no dia 8 de agosto, vai possibilitar aos produtores financiamento para aquisição de animais e melhoramentos gerais nas propriedades, assim como o custeio pecuário. A abertura de crédito fixo para atender as despesas normais do rebanho e pequenos investimentos.

Específico para o Paraná, o programa oferecerá financiamentos que podem chegar até R$ 60 mil por produtor, com taxas de juros fixas de 8,75 % ao ano. O governo espera gerar, com a criação do programa, cerca de sete mil empregos apenas no setor pecuário.

A pecuária ocupa o segundo lugar na economia do Paraná, perdendo apenas para a produção de soja, e no ano de 2002 obteve um faturamento de R$ 2,7 bilhões, que correspondem a 14,4% da agricultura do Estado. O rebanho bovino do Paraná totaliza 9,8 milhões de cabeças, o sétimo do país, concentradas nas regiões Norte e Noroeste onde estão 53% do rebanho paranaense.

De acordo com o responsável pela área de pecuária de corte da Emater, zootecnista, Luis Fernando Brondani, a principal dificuldade dos pecuaristas do Paraná é a falta de recursos para viabilizar economicamente o seu negócio. “Este fator também determina o profissionalismo dos produtores, que com financiamentos acessíveis, poderão investir em tecnologia e acompanhar a evolução exigida pelo mercado”, disse Brondani.

Segundo ele, o convênio Paraná Pecuária vai possibilitar a modernização dos setores da cadeia de produção que mais influenciam na qualidade da carne – alimentação, sanidade, aprimoramento de raças, manejo do rebanho e as instalações. O programa vai financiar ainda a compra de maquinário agrícola.

“Com isso continuaremos mantendo um padrão de carne tipo exportação”. Brondani informou ainda que a Emater está trabalhando para reduzir a idade do animal para o abate de 36 meses para 24, que resulta em uma carne de qualidade superior.

Pecuária leiteira

De acordo com Otamir César Martins, responsável pelo setor de pecuária leiteira da Emater, a cada R$ 1 milhão investidos no setor leite são gerados 195 empregos permanentes, apenas na cadeia de produção. O número é superior ao de empregos gerados no setor automobilístico, têxtil e construção civil.

A deficiência de capitalização também atinge o setor leiteiro onde os produtores, principalmente os que possuem propriedades de até 120 hectares, além de não conseguirem investir na melhoria da qualidade do leite ainda não estão integrados à agroindústria. Outra dificuldade encontrada é a degradação do solo, que influi na qualidade das pastagens.

O Paraná tem mais de 40 mil produtores de leite, sendo os pequenos produtores da região Centro do Estado os que mais encontram dificuldades para melhorar a produção. Visando a economia dos produtores a Emater mantém dois programas onde é estimulada a produção de leite a pasto, evitando o gasto com rações.

Otamir explica que os investimentos na pecuária leiteira se restringem basicamente à compra de resfriadores e ordenhadeiras e à alimentação, que inclui a compra de adubo, semente e calcário para o melhoramento das pastagens. “A substituição dos tambores em que são entregues o leite para a forma a granel, em que o produto permanece resfriado por um longo período, estão previstas na portaria de número 51/2002 do Ministério da Agricultura e deve ser feita”, informou o técnico.

Além da bovinocultura, a suinocultura e ovinocaprinocultura também serão beneficiadas com as linhas de crédito do programa.

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