Após terem sido destaque em 2013, crescendo acima da média da economia, os investimentos decepcionaram no início do ano, voltando a um cenário semelhante ao início de 2009, auge da crise internacional. A formação bruta da capital fixo (FBCF, conta dos investimentos no PIB), caiu 2,1% no primeiro trimestre. Com isso, a taxa de investimentos ficou em 17,7% do PIB, a mais baixa para um primeiro trimestre desde 2009, quando foi de 17%.

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Todos os componentes dos investimentos vieram ruins no primeiro trimestre: a produção nacional de máquinas e equipamentos, a importação desses bens para modernizar o maquinário e a construção civil.

Na construção, a parte relacionada à infraestrutura influenciou mais a queda do que as obras residenciais, segundo a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. Nem a preparação para a Copa nem as concessões de estradas e aeroportos à iniciativa privada fizerem diferença.

“Os gastos com a construção de estádios são espalhados no tempo e muitos já foram feitos”, disse Rebeca. Além disso, destacou a gerente do IBGE, o peso desses investimentos é relativamente pequeno ante o montante total da economia brasileira, de R$ 213 bilhões no primeiro trimestre.

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Para a economista e sócia da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, a queda nos investimentos é uma má notícia para o futuro da economia. “No trimestre anterior (a taxa de investimento) tinha sido 18,2%. Quando a presidente Dilma iniciou o governo, a taxa era de 19,5%”, disse a economista.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, minimizou o recuo nos investimentos, que seria explicado por fatores conjunturais e não apontaria uma tendência. Segundo ele, houve antecipação de compras de equipamentos no fim de 2013 por causa da mudança de taxas do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

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A partir da atualização da metodologia da pesquisa sobre a indústria, o IBGE também revisou a alta dos investimentos em 2013, de 6,3% para 5,2%. Para economistas, os dados apontam “crescimento potencial” (o quanto um país pode crescer sem gerar desequilíbrios) menor para a economia brasileira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.