Investimento externo supera U$ 1,5 bilhões

O ingresso de investimentos diretos no Brasil vindos de Portugal em novembro foi de US$ 10 milhões, sendo a metade na área de intermediação financeira. A Brascan Internacional Consultoria e Investimentos, localizada em Funchal, na ilha da Madeira, remeteu US$ 5 milhões para a Fabel Factoring do Brasil Empreendimentos.

O restante dos investimentos diretos oriundos de Portugal, no mês passado, foi aplicado em áreas diversas, segundo informações do Banco Central (BC).

Os desembolsos portugueses de empréstimos intercompanhias somaram US$ 36 milhões em novembro, no setor de produtos químicos. Os recursos foram enviados para a White Martins Gases Industriais no Brasil pela unidade da empresa instalada em Lisboa. A White Martins tem também uma outra unidade em Portugal, localizada na ilha da Madeira.

O total de investimentos portugueses diretos no país de janeiro a novembro deste ano é de US$ 871 milhões, o que coloca Portugal em oitavo lugar no ranking dos maiores investidores de 2002.

A soma dos desembolsos portugueses de empréstimos intercompanhias no mesmo período foi de US$ 214 milhões.

Segundo o BC, o ingresso de investimentos estrangeiros totalizou em novembro US$ 1,154 bilhão, dos quais US$ 972 milhões na forma de participações e US$ 183 milhões referentes a desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias.

Estados Unidos (US$ 238 milhões) e Países Baixos (com US$ 146 milhões) foram os maiores investidores no mês.

No período de janeiro a novembro, os investimentos diretos estão acumulados em US$ 15,064 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (Depec), Altamir Lopes, a entrada de investimentos diretos no mês de dezembro até hoje soma US$ 626 milhões, devendo chegar a US$ 1 bilhão no final do mês.

A previsão é de que o país feche o ano com investimentos estrangeiros diretos de US$ 16 bilhões, volume mais que suficiente para financiar todo o déficit em transações correntes, previsto em US$ 8,3 bilhões, o equivalente a 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB).

No ano passado, o déficit de transações correntes foi de US$ 23,2 bilhões.

Lopes ressaltou que o temor de redução dos fluxos de investimentos não ocorreu e que, além dos investimentos estarem fluindo normalmente, as taxas de rolagem estão se consolidando.

O BC manteve, portanto, sua projeção de investimentos diretos em US$ 16 bilhões para 2003, contra uma estimativa de mercado da ordem de US$ 13 bilhões. O déficit em transações correntes registrado em novembro, de US$ 174 milhões, é o menor para meses de novembro desde 1993.

– É um ajuste das contas externas muito profundo -afirmou Lopes, prevendo para o mês de dezembro um déficit em torno de US$ 800 milhões.

Para ele, a volatilidade do mercado já passou. A definição das eleições presidenciais, em sua opinião, foi uma das razões para a melhora do cenário e redução das incertezas.

– As declarações da equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vieram como se esperava – concluiu Lopes.

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