Investimento estrangeiro caiu 63,6% até junho

Rio – O setor terciário, de comércio e serviços respondeu pela maior parte da queda do Investimento Estrangeiro Direto (IED) neste ano. De janeiro a junho de 2002, o IED somou US$ 9,61 bilhões. No primeiro semestre de 2003, o total despencou para US$ 3,49 bilhões, queda de 63,68%. Dados do Banco Central selecionados pela agência de promoção de investimentos Investe Brasil mostram que, no setor terciário, a redução foi de US$ 6,168 bilhões no primeiro semestre de 2002 para US$ 2,784 bilhões no mesmo período deste ano. Na indústria, o investimento caiu de US$ 3,453 bilhões para US$ 1,845 bilhões.

O setor de telecomunicações e correios explica 44% da queda no terciário. Apesar disso, correios e telecomunicações ainda foi o quarto entre os setores que mais receberam IED: US$ 460 milhões no primeiro semestre deste ano, sendo US$ 100 milhões em junho, mês em que o setor foi o terceiro a mais receber investimentos estrangeiros.

Na indústria, o segmento de produtos alimentícios e bebidas é responsável por 75% da queda de investimentos estrangeiros diretos. Os produtos químicos responderam por outros 22% da queda de investimentos e os produtos têxteis por 3%.

O setor que mais recebeu IED no primeiro semestre deste ano foi o de metalurgia básica, com US$ 2,784 bilhões. Em seguida, veio o setor financeiro, com US$ 1,846 bilhão, e atividades imobiliárias, com US$ 919 milhões.

Ranking

Os Estados Unidos investiram US$ 1,003 bilhão em produção e serviços no Brasil este ano até o mês passado, sendo US$ 417 milhões em junho. Foi o país que mais investiu no Brasil no primeiro semestre. Em seguida, vieram os Países Baixos com US$ 619 milhões; a Espanha, com US$ 604 milhões; a França, com US$ 461 milhões e a Alemanha, com US$ 439 milhões.

De acordo com Clementino Fraga, diretor da agência de promoção de investimentos Investe Brasil, grupos empresariais de várias origens abrem filiais na Holanda para se aproveitarem de um regime tributário mais favorável e isso pode estar influenciando o aparecimento dos Países Baixos como o segundo maior país investidor. É o caso também de outros países, que investiram no Brasil no período, como as Ilhas Virgens Britânicas, com US$ 326 milhões; as Ilhas Cayman, com US$ 231 milhões; e as Antilhas Holandesas, com US$ 133 milhões.

Segundo pesquisa mundial da IBM, o Brasil foi o segundo país das Américas em número de projetos de investimento direto em maio, com 39 projetos, atrás apenas dos Estados Unidos, com 194. Canadá, México e Chile vieram depois do Brasil com respectivamente, 16, 15 e 7 projetos. No mundo, o Brasil ficou em 6o lugar, atrás dos Estados Unidos, China, Índia, Reino Unido e Alemanha.

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