Investidores em NY mostram preocupação com protestos

As manifestações no Brasil e seus possíveis impactos no setor aéreo brasileiro foram a primeira preocupação de investidores estrangeiros em uma reunião da Gol Linhas Aéreas com um grupo de investidores em Wall Street nesta segunda-feira, 24.

A dúvida dos analistas do setor aéreo era se as manifestações poderiam comprometer a demanda de passagens da companhia e mais: se a mudança de foco na política do governo atendendo às reivindicações de mais gastos em saúde, transporte público e educação poderia comprometer investimentos futuros no setor aéreo.

O comando da empresa, que veio para Nova York para a reunião, disse que a demanda por passagens não foi afetada e a empresa não sentiu nenhuma redução de procura nos últimos dias, destacou seu presidente Paulo Sérgio Kakinoff. O impacto por enquanto foi basicamente na logística da operação, com passageiros tendo dificuldade de chegar aos aeroportos por causa da manifestações que fecharam o acesso aos terminais em capitais, como São Paulo.

O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, que veio para Nova York com os executivos da Gol para dar aos investidores um panorama do setor no Brasil, disse que a empresa já estava preparada para eventuais questionamentos dos estrangeiros sobre as manifestações no Brasil, que ganharam ampla repercussão internacional nos últimos dias. Aos cerca de 50 analistas e investidores presentes na reunião, Sanovicz frisou que as manifestações brasileiras são de caráter político e não devem afetar investimentos brasileiros no setor de aviação, sobretudo em aeroportos regionais, um programa que o governo ainda não anunciou.

Uma tendência comum dos investidores estrangeiros, diz ele, é colocar o Brasil no mesmo bolo que a Turquia e outros países árabes e analisar os protestos de forma semelhante, quando na verdade são coisas bem diferentes.