A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 4,6% em maio ante abril, para 69,9 pontos, informou nesta quinta-feira, 19, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Trata-se de um novo mínimo histórico na série, iniciada em janeiro de 2010. Todos os componentes ligados ao consumo presente e futuro registraram forte queda no período.

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Segundo a CNC, o pior resultado veio do nível de consumo atual, que encolheu 8,7% na passagem do mês. A maior parte das famílias (65,9%) conta que está comprando menos do que em igual período do ano passado. A entidade destaca que a retração na renda dos trabalhadores e o aumento do desemprego contribuem para esse cenário.

Outros componentes ligados ao consumo também recuaram, com destaque para as compras a prazo (-5,6% em maio ante abril) e perspectiva de consumo (-4,0%). A economista da CNC Juliana Serapio explica que o elevado custo do crédito e o alto nível de endividamento, além da desocupação, são os principais motivadores da queda na intenção de compras parceladas.

Com 42,9 pontos, o componente momento para bens duráveis recuou 3,7% ante abril. Segundo a CNC, 75,7% consideram o momento atual desfavorável para aquisição desse tipo de bem, normalmente mais caro.

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Os indicadores relacionados ao emprego são os que apresentam recuos mais moderados. Mesmo assim, estão na mínima histórica. Dos 18 mil entrevistados, 48,8% consideram o cenário para o mercado de trabalho negativo para os próximos seis meses.

Na comparação com maior de 2015, o ICF recuou 27,5%, em um quadro de piora igualmente generalizada. Por isso, a CNC espera que o volume de vendas no varejo este ano encolha 4,8%.

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“Mesmo com perda de força da inflação e seus impactos favoráveis sobre o volume de vendas, o contínuo encarecimento do crédito e a confiança fragilizada de consumidores e empresários levaram a CNC a reforçar a expectativa de que 2016 será o pior ano do setor varejista desde 2001”, diz a entidade. No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, a queda deve ser de 8,8%.