Brasília – O presidente do Instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, foi cauteloso ao comentar a projeção do Ministério de Minas e Energia para o aumento da produção de gás natural no Brasil. Após participar de audiência pública na Câmara dos Deputados, ele ponderou as estimavas oficiais e disse que os anúncios em torno do potencial energético nacional são alterados com freqüência acima do aceitável.
?Não vejo, nas informações que estão sendo prestadas, combinadas com o histórico de mudanças de plano em curto tempo, elementos suficientes para avaliar com segurança o que deve acontecer com o abastecimento?, afirmou.
O Instituto Acende Brasil desenvolve estudos e projetos que visam à promoção da transparência e da sustentabilidade do Setor Elétrico Brasileiro.
A limitação do fornecimento de gás para distribuidoras do Rio de Janeiro e São Paulo, estabelecido pela Petrobras desde o dia 30 de outubro, foi citado por Sales como comprovação das constantes mudanças das políticas governamentais para produção de energia.
?Um bom exemplo para mostrar a inconstância dos planos do governo e da Petrobras é a diminuição do fornecimento de gás natural para as distribuidores de gás do Rio de Janeiro. O mercado automotivo foi fortemente incentivado nos últimos anos para aumentar o consumo de gás. Agora muda tudo e dizem para por o pé no freio. Falta um pouco de transparência nessas questões para que a sociedade possa se posicionar de maneira correta?, avaliou.
O Acende Brasil, antiga Câmara Brasileira de Investidores, foi fundado no final do ano 2000, logo após a crise energética que estabeleceu o racionamento de energia elétrica em várias partes do país. O instituto declara como missão o atendimento de interesses sociais por meio do empreendedorismo e da aplicação de capital privado. Diversos estudos na área de energia e sustentabilidade são financiados pela organização.


