O presidente do Instituto Brasil 200, Gabriel Kanner, negou nesta terça-feira, 16, que a implementação de um Imposto Único no Brasil vai aumentar a carga tributária das empresas dos setores de cadeias produtivas mais longas. Para ele, este é um argumento muito usado para criticar o Imposto Único. Os críticos, de acordo com ele, alegam que a cumulatividade oneraria de forma demasiada alguns setores da economia, como a indústria, por exemplo.

continua após a publicidade

“Esse argumento é um mito que foi criado e que repetido insistentemente para tentar desvalorizar ou desacreditar a proposta do Imposto Único. Porém, ele não se sustenta. Não existe um único estudo empírico que comprove essa tese, de que a tributação sobre as movimentações financeiras onerara mais alguns setores do que outros”, rebateu o presidente do Instituto Brasil 200.

Ele disse que há mais de 40 entidades industriais, que representam 55% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, que estão apoiando a proposta do Imposto Único. “Ou seja, os próprios industriais que dizem que serão os mais afetados estão nos apoiando. Então esse argumento não se sustenta”, disse.

Alíquota dobrada

continua após a publicidade

Kanner explicou que a proposta do Imposto Único, que incidiria sobre as transações financeiras, prevê a cobrança de 5% sobre as operações de saques em dinheiro nos bancos. “Ou seja, se você for sacar dinheiro no banco, pagaria 5% na alíquota para sacar”, disse explicando que essa seria uma forma e desestimular as transações com dinheiro vivo.

“A pessoa, quando faz um saque no banco, faz duas transações financeiras. Então a gente estaria tributando essas duas transações financeiras que essa gente estaria fazendo”, explicou.

continua após a publicidade

Imposto de Renda

Kanner explicou que ainda não está certo na proposta do Imposto Único a extinção do Imposto de Renda. De acordo com ele, como o IR é um imposto que reduz a desigualdade social, traz mais justiça social, ele é negociável.

“A discussão vai ser longa daqui para frente e o importante é a gente introduzir o conceito de que a gente precisa mudar o nosso sistema tributário com um imposto sobre transação financeira. Aí os detalhes menores serão discutidos e a alíquota vai depender de quais impostos forem extintos e quais ficarão, Mas o IR pode ser negociado para a gente manter”, afirmou Kanner.