Infra-estrutura pede 310 bilhões

Rio –  A aplicação de centenas de bilhões de reais em infra-estrutura durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva voltou a ser defendida pela direção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ontem, ao participar de um seminário sobre reformas promovido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o diretor da área de exportação do banco, Luiz Eduardo Melin, afirmou que serão necessários R$ 310,6 bilhões de investimentos na área, no período de 2003 a 2006, para solucionar “os gargalos” em infra-estrutura no Brasil.

“Falam que estes números são fantasiosos, oníricos. Fiquei surpreso com essa avaliação. Gostaria de ver a factualidade por trás dessa consideração”, disse ele, garantindo que há cálculos no BNDES que corroboram a tese. O executivo não foi específico quanto à origem deses recursos, mas garantiu que eles não partiriam somente do banco. “A origem dos recursos tem de ser equacionada, você pode ter investimento público, ou financiamento público, ou parcerias com o setor privado e ainda utilizar regimes de concessão”, afirmou.

Melin defendeu que para cada projeto de infra-estrutura há um perfil específico para a captação de recursos. Observou, porém, que caso o BNDES participe deste projeto de investimentos em infra-estrutura, será necessário aumentar o capital do banco nos próximos anos. Esta operação, segundo o executivo, é relativamente simples e dependeria apenas de uma “portaria do Ministério da Fazenda”.

Falando sobre “a necessidade premente” de investimentos no setor de infra-estrutura no Brasil, o executivo salientou que o crescimento econômico dependerá dessas decisões. “Sem essas engrenagens, o motor não anda. Enquanto considerarem que o equacionamento da situação brasileira passa apenas pela abordagem contábil, estamos condenados à possibilidade de degradação da nossa infra-estrutura”, disse.

Embora ressaltando que o BNDES não poderia, sozinho, investir todo o volume de recursos necessários nessa área, Melin considerou que “os investimentos diretos públicos parecem ser a melhor solução” para o setor.

 

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