Inflação volta a subir e atinge 2,25% em janeiro

A inflação de janeiro calculada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 2,25%, segundo o IBGE. A taxa é maior que os 2,10% de dezembro e supera o 1,98% registrado pelo IPCA-15 do mesmo mês. A taxa do IPCA de janeiro também é maior desde novembro de 2002, quando atingiu 3,02%, além de ser a maior registrada em um mês de janeiro desde 1994, quando ficou em 41,31%. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A inflação de janeiro também superou a estimativa dos analistas de mercado, que previam inflação de até 2,20%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa chega a 14,47%.

Segundo o IBGE, a alta na taxa foi puxada principalmente pelo aumento dos preços dos combustíveis anunciado no final do ano passado. A gasolina teve uma alta de 8,82% e foi responsável pela maior contribuição individual no índice. Essa alta da gasolina refletiu o reajuste de 12,8% que passou a vigorar nas refinarias em 29 de dezembro e os aumentos decorrentes da alteração no valor da base de cálculo para o recolhimento do ICMS em alguns estados.

Houve ainda aumento de 5,96% do álcool combustível, puxado pelos reajustes dos usineiros. O óleo diesel subiu 11,88%, também em razão do reajuste de 29 de dezembro nas refinarias (11,3%) e pela alteração no cálculo do ICMS. Pesaram ainda o aumento de 4,99% das tarifas de ônibus urbanos e a alta de 2,15% no preço dos alimentos. Outras altas foram energia elétrica (2,73%), remédios (2,26%) e cigarros (3,18%).

A maior taxa de inflação foi registrada em Salvador (2,74%). O menor resultado foi calculado em Recife (1,70%). A inflação do mês passado no Rio de Janeiro e em São Paulo foram, respectivamente, 2,48% e 2,28%.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e acompanha a variação dos preços de uma cesta de produtos consumida por famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos. O indicador abrange nove regiões metropolitanas do Pais além do município de Goiânia e da capital federal, Brasília. A medição de janeiro foi feita entre os dias 27 de dezembro e 29 de janeiro.

Alta do IPCA deve “empurrar” juros

São Paulo

– A divulgação ontem do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro tornou ainda mais difícil a busca do Banco Central (BC) por argumentos que poderiam justificar uma não-elevação da taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem. A afirmação é do economista-chefe do Banco Fibra, Guilherme da Nóbrega. O IPCA de janeiro atingiu alta de 2,25%, o maior nível verificado em janeiro desde a criação do real.

Para ele, o comitê poderá elevar a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, dos atuais 25,5% para 26,5% ao ano. “A alta forte do IPCA não chega a surpreender. Bateu em 2,25%, confirmando a tendência já apontada pelo IPC-Fipe, de 2,19%, e pelos indicadores que a FGV divulga a cada semana, agora acrescidos do IPC-S semanal”, pondera Nóbrega.

Segundo ele, a variação do IPCA ficou acima dos 2% que era a aposta média dos analistas ouvidos pela Agência Estado, mas as razões já eram conhecidas. “No topo está o grupo Transportes, que ao subir 4,2% representou quase 40% do índice total e revela que se não fosse o aumento da gasolina o IPCA teria fechado abaixo dos 2%”, avalia o economista do Fibra. Na opinião de Nóbrega, como os demais indicadores de variação de preços ao consumidor, é o abrandamento nos preços dos combustíveis que deve trazer para baixo a alta em fevereiro.

“Talvez para algo em torno de 1,5%”, afirma o analista destacando que embora os preços dos combustíveis continuarão a pressionar a inflação, mas perderão o título de líderes isolados. Contudo, prevê o chefe do Departamento Econômico do Fibra, a queda da inflação não será tão rápida. “Mesmo descontando as altas pontuais e sazonais a queda será lenta. O fim das pressões de 2002 no câmbio é apenas uma especulação e o rumo do dólar em 2003 é duvidoso”, analisa.

Além disso, acrescenta o economista, o IPCA acumula alta de 14,4% em doze meses e até o final do ano o BC planeja trazer esse número para 8,5% da meta ajustada, enquanto o mercado aponta para uma taxa de 11% a 12%. “Por isso temos dito que o BC vai ter que procurar bem seus argumentos se quiser não subir juros no próximo Copom”, afirma Guilherme. Ele acredita que a elevação de apenas 1 ponto já será suficiente para levar o mercado a acreditar que o BC está disposto a cumprir a promessa de trazer a inflação para 8,5%, o que ajudará a reduzir as expectativas dos analistas para baixo.

A divulgação ontem do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro tornou ainda mais difícil a busca do Banco Central (BC) por argumentos que poderiam justificar uma não-elevação da taxa de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem. A afirmação é do economista-chefe do Banco Fibra, Guilherme da Nóbrega. O IPCA de janeiro atingiu alta de 2,25%, o maior nível verificado em janeiro desde a criação do real.

Para ele, o comitê poderá elevar a taxa básica de juros em 1 ponto porcentual, dos atuais 25,5% para 26,5% ao ano. “A alta forte do IPCA não chega a surpreender. Bateu em 2,25%, confirmando a tendência já apontada pelo IPC-Fipe, de 2,19%, e pelos indicadores que a FGV divulga a cada semana, agora acrescidos do IPC-S semanal”, pondera Nóbrega.

Segundo ele, a variação do IPCA ficou acima dos 2% que era a aposta média dos analistas ouvidos pela Agência Estado, mas as razões já eram conhecidas. “No topo está o grupo Transportes, que ao subir 4,2% representou quase 40% do índice total e revela que se não fosse o aumento da gasolina o IPCA teria fechado abaixo dos 2%”, avalia o economista do Fibra. Na opinião de Nóbrega, como os demais indicadores de variação de preços ao consumidor, é o abrandamento nos preços dos combustíveis que deve trazer para baixo a alta em fevereiro.

“Talvez para algo em torno de 1,5%”, afirma o analista destacando que embora os preços dos combustíveis continuarão a pressionar a inflação, mas perderão o título de líderes isolados. Contudo, prevê o chefe do Departamento Econômico do Fibra, a queda da inflação não será tão rápida. “Mesmo descontando as altas pontuais e sazonais a queda será lenta. O fim das pressões de 2002 no câmbio é apenas uma especulação e o rumo do dólar em 2003 é duvidoso”, analisa.

Além disso, acrescenta o economista, o IPCA acumula alta de 14,4% em doze meses e até o final do ano o BC planeja trazer esse número para 8,5% da meta ajustada, enquanto o mercado aponta para uma taxa de 11% a 12%. “Por isso temos dito que o BC vai ter que procurar bem seus argumentos se quiser não subir juros no próximo Copom”, afirma Guilherme. Ele acredita que a elevação de apenas 1 ponto já será suficiente para levar o mercado a acreditar que o BC está disposto a cumprir a promessa de trazer a inflação para 8,5%, o que ajudará a reduzir as expectativas dos analistas para baixo.

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