Preços médios subiram 2,03% no mês passado.

A inflação em novembro no Brasil, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mais do que dobrou em relação ao mês anterior, disparando para 3,02%. O índice, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), representa uma alta de 1,71 ponto percentual na comparação com outubro, quando o IPCA ficou em 1,31%. Com os novos números, o IPCA no ano chega a 10,22%, extrapolando todas as metas de inflação já revistas para 2002. Em 12 meses, o acumulado é de 10,93%. Em 2001, o acumulado nos 11 primeiros meses do ano havia sido expressivamente mais baixo: 6,98%.

Rio – E na comparação novembro 2002/novembro 2001, a inflação avançou 2,31 ponto percentual. Mais uma vez, a variação do dólar influenciou o IPCA do mês. Em novembro, tiveram maior peso no índice global os setores de alimentos e combustíveis, que representaram 2,21 pontos percentuais na média nacional de 3,02%.

Alimentos foi o grupo que registrou a maior alta: 5,85%, após ter subido 2,79% em outubro. O vilão da vez foi o açúcar refinado, que teve aumento de 49,6%, seguido pelo açúcar cristal (33,55%), farinha de trigo (15,17%), farinha de mandioca (14,51%), arroz (13,08%), ovos (12,06%), macarrão (9,90%), pão francês (7,23%) e carnes (6,36%).

Já a alta dos combustíveis, com peso de 0,88 ponto percentual no IPCA total, foi puxada pelo reajuste de 10,53% nas bombas de gasolina e de 26,35% do álcool combustível. Conseqüentemente, os ônibus urbanos acabaram também pressionando a inflação. As tarifas tiveram reajuste médio de 1,94% em novembro – de 1% em Belo Horizonte a 5,6% por cento no Rio de Janeiro.

O índice regional foi superior à media nacional em sete das áreas pesquisadas. Na ordem crescente, as variações em novembro foram as seguintes: Belo Horizonte (2,58%), Porto Alegre (2,73%), São Paulo (2,88%), Recife (2,97%), Curitiba (3,20%), Salvador (3,21%), Belém (3,22%), Fortaleza (3,24%), Rio de Janeiro (3,25%), Goiânia (3,69%) e Brasília (3,91%).

INPC sobe para 3,39%

O IBGE divulgou também o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro: 3,39%, ou 1,82 ponto percentual maior que o de outubro, quando se registrou 1,57%. No ano, o índice acumulado chega a 11,72%. No mesmo período do ano passado, a taxa havia sido de 8,64%. Nos últimos 12 meses, o índice situou-se em 12,55%, acima do resultado dos 12 meses imediatamente anteriores (10,26%). Em novembro de 2001, a taxa mensal havia sido de 1,29%.

Os alimentos apresentaram variação de 6,48 por cento, contribuindo com 1,97 ponto percentual no índice geral.

Foram os seguintes os índices regionais em novembro: Belo Horizonte (2,86%), Porto Alegre (3,05%), São Paulo (3,09%), Salvador (3,24%), Recife (3,25%), Fortaleza (3,53%), Curitiba (3,78%), Rio de Janeiro (3,92%), Belém (3,93%), Brasília (4,20%) e Goiânia (4,37%).

O INPC refere-se às famílias com rendimento monetário de 1 a 8 salários mínimos, sendo o chefe assalariado. O IPCA abrange rendimento familiar de 1 a 40 salários mínimos. Para cálculo do INPC e do IPCA de novembro, os preços foram coletados no período de 29 de outubro a 26 de novembro. A base de comparação foram os preços vigentes no período de 28 de setembro a 28 de outubro.

Curitiba teve uma das mais altas

Olavo Pesch

Em Curitiba, o IPCA de novembro fechou em 3,2%, acima da média nacional de 3,02% e a sétima maior entre as onze regiões pesquisadas pelo IBGE. No acumulado do ano, a capital paranaense acumula inflação de 10,57%, superando a taxa nacional de 10,22%.

Além das altas em alimentos e combustíveis, que também pressionaram o índice nas demais regiões metropolitanas, Curitiba teve em novembro o reajuste de 7,14% nas tarifas de ônibus urbano (com impacto de 4,89% no IPCA, já que entrou em vigor no dia 10). A capital do Paraná apresentou ainda o maior aumento do gás de cozinha: 19,44% – contra a média nacional de 11,91%.

O grupo Alimentos e Bebidas teve alta de 6,47%. Farinhas, açúcares, hortaliças, frutas, carnes, aves, ovos, sal e condimentos tiveram aumentos superiores à media verificada no País. Já em Transportes, os preços subiram 4,72%, com influência da passagem de ônibus e combustíveis (10,96%). No grupo Habitação, a variação foi de 2,46%, pressionado pela elevação do GLP. Houve majoração de 2,60% em Artigos de Residência, 0,97% em Vestuário, 0,91% em Saúde e Cuidados Pessoais, 0,57% em Despesas Pessoais e 0,57% em Educação. A única queda ocorreu em Comunicação (-0,02%).

INPC

As famílias curitibanas com menor poder aquisitivo sentiram mais, no bolso, a mordida da inflação. No INPC, a variação em Curitiba foi 3,78% – a quinta maior do País, também acima do índice nacional de 3,39%. No acumulado do ano, o INPC soma 12,15%, enquanto no País totaliza 11,72%.

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