Subindo

Inflação acelera em 6 grupos no IPCA de abril

Seis entre os noves grupos de despesas que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram aumento em suas taxas de variação na passagem de março para abril, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Desta vez, a alta não está muito concentrada, está um pouco mais dispersa”, avaliou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

O maior impacto na taxa de 0,64% de inflação do mês passado veio da aceleração de Despesas Pessoais, de 0,55% em março para 2,23% em abril, puxada pelos aumentos no cigarro e empregados domésticos. Já o grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de 0,38% em março para 0,96% em abril, devido, principalmente, ao reajuste dos remédios, vigente desde 31 de março.

Os artigos de vestuário também contribuíram com aceleração expressiva, passando de um recuo de 0,61% em março para uma alta de 0,98% em abril, causada pela entrada nas lojas da nova coleção outono-inverno.

Os gastos com habitação também pesaram mais no bolso das famílias, saindo de 0,48% em março para 0,80% em abril, sob a pressão dos aumentos nos artigos de limpeza, aluguéis, condomínio, taxa de água e esgoto, mão de obra para pequenos reparos, gás de botijão e energia elétrica.

O grupo Comunicação passou de uma queda de 0,36% em março para 0,46% em abril, por causa de aumentos nas tarifas de telefone fixo e de telefone celular.

Os alimentos subiram de 0,25% em março para 0,51% em abril, com destaque para o feijão carioca.

Na direção oposta, o aumento de gastos com transportes desacelerou, passando de 0,16% em março para 0,10% em abril, apesar da pressão maior de itens como passagens aéreas (de 1,34% para 2,06%) e táxi (de 0,19% para 1,44%). Houve queda no preço do automóvel novo (de -0,06% para -0,55%) e da gasolina (de 0,11% para -0,27%), além de aumento mais moderado do etanol (de 1,88% para 0,81%).

O grupo artigos de residência aprofundou o recuo, de -0,40% em março para -0,79% em abril, influenciado, principalmente, pelo item mobiliário (de 0,31% para -0,49%), por causa da redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).

“Em abril, os automóveis novos tiveram redução forte”, confirmou Eulina. “E outros itens estão ajudando também a conter a taxa. A redução do IPI nos móveis e eletrodomésticos foi importante.”