Indústrias dão férias coletivas para não demitir

São Paulo – A exemplo das montadoras de veículos, outros setores da indústria recorrem às férias coletivas como último expediente para não demitir. Com vendas baixas e estoques cada vez mais altos, as empresas preferem deixar os funcionários em casa até terem sinais mais claros de reaquecimento da economia. A retração na demanda já provoca atraso no pagamento dos salários em algumas empresas.

Só no pólo metalúrgico da Zona Franca de Manaus, cerca de 20 empresas, responsáveis pela produção desde isqueiros, componentes eletrônicos e autopeças até produtos eletroeletrônicos, interromperam as operações e deram férias a quase sete mil trabalhadores. A Electrolux, por exemplo, já avisou ao Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas que vai parar as linhas de produção de condicionadores de ar, de fornos de microondas e de componentes por até um mês, a partir do dia 23. Nestes setores atuam cerca de 150 trabalhadores. Já a LG Eletronics concedeu férias coletivas do dia 25 de junho a 7 de julho para os 80 funcionários da produção de condicionadores de ar.

A empresa informa que a medida visou a adequar a produção à demanda do mercado. Segundo a LG, as linhas de produção de outros produtos, como DVD players, continuam operando normalmente. Mas, em Taubaté, a empresa vai conceder férias coletivas por dez dias para os funcionários da linha de produção de celulares.

Em São Paulo, entre as grandes empresas que paralisaram a produção está a Multibrás, fabricante de eletrodomésticos da chamada linha branca (fogões, geladeiras, freezers e lavadoras). A companhia suspendeu no início do mês as atividades dos 450 funcionários de sua fábrica na capital paulista por até 20 dias.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Mogi e Região informa que pelo menos 300 empresas, que empregam até 100 trabalhadores cada uma, não pagaram os salários até o quinto dia útil deste mês, como manda a lei, por conta da retração nas vendas. Muitas delas são dos setores de metais sanitários não-ferrosos, autopeças e eletroeletrônicos, ressalta o sindicalista, citando as metalúrgicas Oriente, Madia e Seer.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), Merheg Cachum, o setor sofreu este ano uma redução de 50% na produção.

Voltar ao topo