Industrializados já são 66% da exportação do Paraná

Os produtos industrializados já respondem por dois terços do conjunto da pauta de exportações do Paraná. Nos cinco primeiros meses deste ano, os produtos acabados paranaenses vendidos para outros países geraram receita de US$ 1,048 bilhão – dos quais US$ 877 milhões em manufaturados e US$ 171 milhões em semimanufaturados. Já os produtos básicos ou primários, no mesmo período, chegaram a US$ 569 milhões.

Só em maio, as exportações de produtos primários atingiram US$ 111 milhões, enquanto as de industrializados somaram US$ 248 milhões. Técnicos do Governo do Estado ponderam que os primeiros meses de 2002 têm sido atípicos porque o produtor rural está retardando a venda de soja em grão. “Mesmo assim, não há dúvidas de que a exportação de industrializados vai superar, no ano, a dos produtos primários”, prevê Júlio Suzuki Júnior, do Núcleo de Estudos Econômicos do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).

Segundo Suzuki, a garantia está na grande representatividade que as exportações de veículos, motores e outros produtos do setor de material de transporte passaram a ter na pauta e comércio exterior do Estado desde 2000. “Hoje, essa participação está em torno de 25%, com os veículos liderando a relação de tudo o que é vendido lá fora”, indica o técnico do Ipardes. “Até pouco mais de dois anos atrás, o complexo soja era o segmento de maior peso nas nossas exportações.”

Benefícios Indicadores da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que de 1995 a 2000, enquanto o Brasil sofria déficits consecutivos na balança comercial, o Paraná contabilizava saldos positivos. Em 2001, o Paraná atingiu um recorde histórico em suas exportações, com US$ 5,3 bilhões em divisas. O resultado rendeu um saldo favorável na balança ao Estado de US$ 390 milhões. “Foi um salto significativo, porque em 1995 as exportações paranaenses haviam somado US$ US$ 3,5 bilhões”, lembra Suzuki.

A mudança no perfil da economia, com o processo de industrialização promovido pelo Governo Jaime Lerner, não só fortaleceu as exportações paranaenses como vem ajudando a melhorar a balança comercial do Estado e está trazendo, ainda, outros benefícios. “O produto industrializado tem mais valor agregado e, por isso mesmo, gera mais renda e emprego para os paranaenses”, enumera Júlio Suzuki Júnior. “Além disso, produtos acabados não sofrem tanto a influência do tempo no resultado da produção.”

Outras duas consequências da industrialização são ressaltadas pelo técnico do Ipardes. Uma delas é que o Paraná se firmou como o quarto maior exportador brasileiro. A outra é que os paranaenses fizeram dos Estados Unidos, um dos mercados consumidores mais exigentes do mundo, o seu maior parceiro comercial.

Essa parceria se tornou possível graças ao pólo automotivo do Estado, o segundo maior do país. Em 1999, a participação do setor automotivo paranaense nas exportações para os EUA era de apenas 0,24%. Em 2000, já representava 46% e em 2001 chegou a 63%.

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