Industriais confiantes, mas prudentes

Os industriais do Estado de São Paulo continuam confiantes em relação ao desempenho dos seus negócios em 2004, porém estão mais prudentes, segundo pesquisa conjuntural feita pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) no mês passado. “A estimativa (dos empresários) continua positiva para o ano, apesar de o desempenho do mercado interno ter sido mais fraco do que se esperava no primeiro trimestre”, avalia o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Claudio Vaz.

Levantamento feito com 405 empresários revela que 63% deles estão confiantes, contra 65% em fevereiro – antes de o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manter pelo segundo mês o juro básico da economia inalterado. A taxa, porém, caiu de 16,5% ao ano para 16,25% na reunião de março.

A crise política interna, a demora na recuperação da demanda interna e o fato de o Copom manter por dois meses o juro inalterado levaram a Fiesp a refazer a pesquisa de conjuntura para avaliar se houve mudança na percepção dos empresários em relação à pesquisa conjuntural de fevereiro.

Prudência

Apesar de o setor continuar confiante, o percentual dos industriais que apostam no aumento do volume de produção caiu de 53% para 44% de fevereiro para março. Entre os que esperavam estabilidade na produção, houve aumento de 32% para 37%.

“Existe mais prudência, mais cautela, mas os números ainda são certamente de expectativa positiva”, afirmou Vaz.

No entanto, para 58% dos industriais, o crescimento da indústria ficará acima dos 3,5% de expansão previstos para o PIB (Produto Interno Bruto), percentual levemente inferior aos 60% de fevereiro.

Os empresários já trabalham também com a possibilidade de crescimento na margem de lucro menor do que se esperava. Em março, 41% disseram que deverá haver aumento de margem no ano, contra 46% em fevereiro. A intenção do setor é investir em “market share” (participação de mercado) para garantir os ganhos.

Entre os que esperavam aumento de emprego no setor, o percentual permaneceu em 50%.

A pesquisa foi realizada pela Fiesp entre os dia 18 e 23 de março.

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