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Indústria vem claramente num movimento de redução de ritmo, diz IBGE

A conjuntura doméstica desfavorável mantém-se como um dos principais fatores responsáveis pela dificuldade enfrentada pela indústria brasileira em engatar um processo mais consistente de recuperação, segundo André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A indústria vem no segundo semestre de 2018 claramente num movimento de redução de ritmo”, resumiu Macedo.

A indústria acumulou um crescimento de apenas 1,5% de janeiro a novembro de 2018. De janeiro a outubro, a alta acumulada era de 1,8%, segundo os dados da Pesquisa Industrial Mensal.

O coordenador do IBGE aponta que a falta de vigor da indústria ao longo do ano é reflexo da paralisação dos caminhoneiros, “que de certa forma desorganizou a produção”, da crise na Argentina, “que afetou um canal importante de exportações”, do ambiente de incertezas gerado pelo período eleitoral, que se reflete numa cautela maior sobre o consumo e os investimentos, e da dificuldade de melhora no mercado de trabalho, que ainda tem um contingente relevante de desocupados.

“As explicações continuam as mesmas, e muito passa pelo mercado doméstico. O mercado de trabalho tem quase 13 milhões de pessoas fora dele. Combinado com a crise da Argentina em 2018, a paralisação dos caminhoneiros, e eventos pontuais, como incêndio em refinaria, um número maior de paradas programadas de plataformas”, enumerou Macedo.

O índice de média móvel trimestral da indústria, que mede tendências, recuou 0,6% em novembro. No ano de 2017, a produção industrial cresceu 2,6%, após três anos de recuos consecutivos, período em que acumulou uma perda de 16,7%.

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