Indústria sucroalcooleira considera positiva proposta para fontes renováveis

A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA) considerou sensata e um passo importante na direção certa a proposta de utilização de fontes renováveis de energia, distribuída hoje pela Comissão Européia. A iniciativa, também chamada de Diretiva Européia sobre Fontes Renováveis de Energia, procura concretizar objetivos acordados entre chefes de governo da União Européia (UE) em março de 2007, e abre caminho para que até 2020 os biocombustíveis passem a representar pelo menos 10% dos combustíveis utilizados para transporte na Europa. Trata-se de uma iniciativa de grande importância para o desenvolvimento e a consolidação do mercado europeu de biocombustíveis.

A Diretiva, que ainda precisa de aprovação do Parlamento Europeu e dos estados membros da UE, propõe que sejam desenvolvidos critérios para garantir que biocombustíveis utilizados na Europa emitam pelo menos 35% menos gases causadores do efeito estufa, e sejam produzidos de forma sustentável, com base nas ?melhores evidências científicas disponíveis e as mais relevantes normas internacionais?.

?Para nós, regras que estimulam a produção sustentável e eficiente do ponto de vista de custo são bem-vindas?, afirmou o Presidente da UNICA, Marcos Sawaya Jank.

A UNICA considerou positiva a ausência, nos critérios de sustentabilidade citados na proposta da Comissão Européia, de critérios discriminatórios contra biocombustíveis que venham a ser importados por países europeus. No entanto, é fundamental que sejam desenvolvidas definições mais detalhadas para certos itens dos critérios listados, de forma a evitar que critérios específicos não entrem em conflito com o espírito não-discriminatório do documento em suas linhas gerais.

Também é extremamente importante que outras diretivas em discussão no âmbito da Comissão Européia, assim como iniciativas individuais sendo contempladas por países-membros da UE, estejam devidamente alinhadas com a Diretiva sobre Fontes Renováveis de Energia, divulgada hoje. Este é um ponto vital para garantir que haja compatibilidade entre todas as iniciativas envolvendo biocombustíveis, evitando-se assim a criação de critérios múltiplos que podem, no conjunto, resultar na criação de barreiras desnecessárias.

?A diretiva da Comissão Européia reconhece que nem todos os biocombustíveis são iguais e que políticas governamentais devem ser focadas no estímulo às melhores práticas para a produção de biocombustíveis sustentáveis?, afirmou a Assessora Internacional da UNICA, Géraldine Kutas.

A experiência brasileira de mais de três décadas mostra que os biocombustíveis podem representar uma contribuição extremamente significativa para mitigar o Aquecimento Global. Em 2007, o etanol produzido da cana-de-açúcar representou 45% de todo o combustível utilizado por veículos leves, o que permitiu ao Brasil reduzir suas emissões de CO2 em 25,8 milhões de toneladas.

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