Indústria força movimento para remarcar preços

São Paulo – A alta do petróleo, aliada à instabilidade do câmbio e à elevação dos juros, provocou nova rodada de remarcações de preços no varejo. Os aumentos se concentram nos produtos de limpeza doméstica e nos artigos de higiene pessoal. De acordo com o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas) Sussumu Honda, fabricantes falam em aumentos de até 20% nos preços de produtos com alto grau de dependência de derivados do petróleo, como é o caso das ceras líquidas.

“A margem de manobra para negociação de preços é muito pequena, porque o setor petroquímico no Brasil é dominado por poucas empresas”, afirma o presidente da Apas. Segundo ele, os fornecedores alegam que os custos subiram muito, principalmente depois que a cotação do barril do petróleo chegou a US$ 35, devido à iminência de guerra entre Estados Unidos e Iraque. “No ano passado, os produtos de higiene e limpeza tiveram reajustes de 8% a 15%, para compensar parte da desvalorização cambial. Agora, com a ameaça de guerra, os aumentos deverão ser bem mais pesados.”

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), Wilson Tanaka, diz que os pequenos e médios supermercados estão recebendo novas tabelas com reajustes médios de 3% a 4%. Ele destaca que os fabricantes conseguem emplacar os aumentos, mesmo no quadro atual de retração do consumo.

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