Indústria e varejo fecham negócios com dólar a R$ 2

Fabricantes de eletrodomésticos e eletrônicos e grandes redes varejistas do setor restabeleceram esta semana as relações de compra e venda. Em outubro, os negócios tinham sido paralisados por causa da disparada da moeda americana e dos custos, uma vez que uma boa parte desses itens são importados ou levam componentes vindos do exterior.

O artifício usado pelo varejo e pela indústria para que as negociações voltassem a fluir foi estabelecer um dólar fictício na casa de R$ 2, para majorar as suas tabelas de preços. Desde o acirramento da crise financeira internacional, em meados de setembro, até a terça-feira (4), a moeda americana subiu 18,5%. Na terça, o dólar fechou cotado a R$ 2,11. Mas, no início do mês passado, atingiu R$ 2,45 e deixou o varejo e a indústria sem parâmetros para negociar preços.

Segundo uma fonte do setor industrial, o dólar médio não é o ideal para os fabricantes, porque não cobre integralmente as elevações de custos. Mas foi a alternativa viável para destravar as negociações entre as lojas e a indústria, especialmente no período que antecede o Natal, a melhor data de vendas para ambas a as partes.

Na semana passada, por exemplo, o diretor das Casas Bahia, Michael Klein, chegou a declarar que tinha suspendido as compras de fabricantes de eletroeletrônicos que pleiteavam aumentos de preços entre 10% e 30%, alegando elevação de custos em dólar. Na terça, no entanto, a empresa informou, por meio de sua assessoria, que as negociações com fornecedores foram reatadas esta semana na tentativa de encontrar “um denominador comum que agrade aos dois lados e mantenha o poder de compra do consumidor”.