Rio
(AG) – Segura, peão, porque os rodeios prometem invadir de vez o país. A indústria country tupiniquim – que movimenta anualmente cerca de R$ 2 bilhões – deve crescer pelo menos 10% com a aprovação pelo Senado do projeto de lei que regulamenta a prática no Brasil. Com cerca de 1.800 rodeios programados para este ano, o setor cria mais de 130 mil empregos diretos e indiretos e reúne público de 36 milhões de pessoas.– Essa lei vai disciplinar a atividade no país. Com maior responsabilidade para os organizadores, não haverá mais espaço para a clandestinidade e para rodeios mambembes. Além disso, a regulamentação também vai atrair mais patrocinadores e participantes que tinham o pé atrás – disse o presidente do Clube Os Independentes, Emílio Carlos dos Santos, o Cacá, responsável pela Festa do Peão de Barretos, o maior evento do gênero realizado no país.
Os números do rodeio de Barretos deste ano, que acontece entre os dias 15 e 25 de agosto, já mostram a dimensão dessa indústria. Na 47a. versão da festa foram investidos R$ 8,5 milhões – 6% a mais do que no ano passado – e o retorno esperado chega a R$ 10 milhões.
A cidade de Barretos, no interior de São Paulo, deve receber um público de cerca de 800 mil pessoas durante o evento deste ano, entre turistas e pessoas envolvidas na realização do rodeio. A expectativa é de que R$ 30 milhões sejam injetados na economia da região, segundo Cacá.
O projeto de lei 116/2001, que regulamenta os eventos, obriga os promotores de rodeios ou atividades de montaria a colocar médicos e ambulâncias à disposição dos peões e de seus auxiliares, além de contratar seguro de vida para todos os participantes das provas. Os organizadores também terão de contratar um médico veterinário para verificar o estado de saúde dos animais e se eles estão sofrendo maus-tratos.