Indústria do suco de laranja contabiliza prejuízo

Foto: SECS

Laranja brasileira: boa aceitação e procura de novos mercados.

A alta no preço internacional do suco de laranja, superior a 100% nos últimos 12 meses, está causando a redução do consumo da bebida e deve trazer impacto negativo, representado por queda de 7% nas exportações brasileiras da commodity na safra 2005/2006. As estimativas são da indústria processadora e foram divulgadas na Semana da Citricultura, em Cordeirópolis, interior de São Paulo.

Dados da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus) mostram um volume exportado de cerca de 1,312 milhão de toneladas de suco de laranja concentrado e congelado até o fim do mês, quando acaba oficialmente a safra, ante 1,411 milhão de toneladas movimentadas em 2004/2005.

Com isso, o volume exportado volta aos níveis da safra 2003/2004 cuja exportação chegou a 1,35 milhão de toneladas. A queda estimada de 100 mil toneladas seria quase o dobro se fossem considerados apenas os mercados americano e da União Européia, ambos com redução no consumo associada à alta dos preços.

Nos Estados Unidos, cujas importações devem cair de 212 mil para 184 mil toneladas nesta safra, o aumento no preço deveu-se, ainda, à aplicação, desde o ano passado, da tarifa antidumping contra as indústrias brasileiras. Já na Europa a redução prevista é de 979 mil para 811 mil toneladas de suco. O crescimento dos novos mercados da Ásia e Leste Europeu deve compensar parte dessa perda, segundo a Abecitrus.

O presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia, diz que só com tarifas internacionais pagas pela indústria para colocar o suco de laranja no mercado mundial são gastos US$ 295 milhões ao ano, ou seja, cerca de US$ 1 por caixa de laranja (40,8 kg) processada aqui. ?E não há muita perspectiva de isso mudar, já que, das rodadas de negociações internacionais, apenas a da OMC pode caminhar.?

Se a indústria reclama de queda de 7% nas exportações, apesar de o preço internacional do suco dobrar, o produtor acabou pagando a conta por ter feito contratos antigos em dólar, hoje desvalorizado.

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