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Faturamento da indústria
apresentou queda, mas
trabalhador está ganhando mais.

A massa salarial dos trabalhadores da indústria paranaense apresentou ganho real no acumulado deste ano. Até outubro de 2004, houve um incremento médio de 13,3%. Descontada a inflação do período, o volume pago aos funcionários do setor industrial paranaense cresceu 5,98%, em relação aos dez primeiros meses de 2003.

Este crescimento foi acompanhado pelo aumento de postos de trabalho no setor industrial. No ano, foram gerados 53.320 vagas – alta de 0,26% em relação ao mesmo período de 2003. Com este resultado, o setor industrial registrou o maior volume de empregos acumulados desde o início da pesquisa Análise Conjuntural, realizada desde 1992 pelo Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná.

Segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, o setor de transformação emprega diretamente 400 mil pessoas, número que se soma aos 100 mil operários da construção civil.

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Os setores que mais empregaram nos primeiros dez meses do ano foram: material de transportes (15,64%), madeira (7,29%) e matérias plásticas (7,18%). Os que mais demitiram foram: vestuários, calçados e artefatos de tecidos (15,27%), produtos farmacêuticos e veterinários (13,83%) e couros, peles e produtos similares (10,40%).

Vendas

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No acumulado dos dez meses deste ano, o setor industrial paranaense faturou 7,07% a mais que o mesmo período de 2003, mesmo com a queda de 2,29% no resultado das vendas verificado em outubro, a segunda baixa consecutiva. "A tendência para os próximos meses é de baixa, puxada pela entressafra – período em que as indústrias reduzem a produção -, que só encerra em fevereiro", explica o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt.

Os números de outubro mostram que as vendas da indústria local recuaram significativamente dentro do Paraná, caindo 8,26% em relação a setembro. No mês, houve recuo de 4,55% no comércio com outros estados. Somente o faturamento com a exportação manteve alta de 18,70%, em relação a setembro.

No acumulado do ano, os resultados obtidos foram favoráveis. As vendas dentro do Paraná cresceram 4,19%, sendo que para outros estados o crescimento ficou em 9,75% e nas exportações atingiu 6,78%.

Acumulado

Dos 18 segmentos pesquisados, 13 puxaram o resultado das vendas do setor, com destaque para material elétrico e de comunicações (48,29%), bebidas (41,77%) e matérias plásticas (24,60%). Entre os itens que apresentaram quedas nas vendas até outubro estão vestuário, calçados e artefatos de tecidos (21,86%), produtos farmacêuticos e veterinários (13,52%) e metalúrgica (4,48%).

A tendência de redução da atividade industrial, provocada pela sazonalidade de final de ano, já pode ser vista na utilização da capacidade instalada, que caiu pelo segundo mês consecutivo. A redução foi de 80% para 78%. A diminuição da atividade produtiva provocou queda nas horas trabalhadas em 0,27%, em outubro.

CNI descarta pressão da inflação

As vendas da indústria em todo País apresentaram em outubro o segundo mês consecutivo de queda, com uma redução de 0,37% em relação a setembro, de acordo com a pesquisa Indicadores Industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria) – dado com ajuste sazonal. Sem o ajuste, a queda seria de 0,84%.

Já os outros indicadores – empregos, horas trabalhadas e uso da capacidade instalada – mostram que os investimentos no setor e na ampliação da produção continuam em alta, mas em um ritmo mais moderado em relação ao registrado nos meses anteriores.

O emprego teve um aumento de 0,43% (2,8% no acumulado do ano), e as horas trabalhadas, de 0,53% (5,27% no ano). O uso da capacidade instalada teve ligeiro aumento, de 83,72% em setembro para o recorde de 83,97% – nesse caso, sem ajuste sazonal.