Indústria cresceu 5,59% no 1.º semestre

O Paraná fechou o primeiro semestre com crescimento industrial de 5,59% – o melhor desempenho desde 2001, quando a variação foi de 6,36%. Entre os setores que puxaram o crescimento no Estado, destaque para a indústria de veículos automotores (montadoras), com variação positiva de 34,04%. Em seguida, aparece o setor de madeira (23,43%), máquinas e equipamentos (11,20%), mobiliário (10,62%) e produtos de metal (10,53%). Na outra ponta, apresentaram queda na produção o setor de refino de petróleo e álcool (-24,20%) -por conta da parada técnica na refinaria da Petrobras localizada em Araucária -, minerais não metálicos (-8,70%) e outros produtos químicos (-7,90%). Os números foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR).

De acordo com o supervisor técnico do Dieese-PR, economista Cid Cordeiro, o perfil da indústria paranaense vem mudando. “Antes, só a agroindústria crescia. Agora, o crescimento está se espalhando para outros segmentos”, afirmou Cordeiro. Entre os setores que apresentaram os cinco melhores desempenhos no semestre, apenas dois – madeira e mobiliário – fazem parte da agroindústria. “Essa diversificação é muito positiva. Pelo menos, a economia não fica dependente de um único segmento, que é atrelado a cotações internacionais”, apontou. Cordeiro salientou ainda que segmentos não relacionados à agroindústria geram maior valor adicionado, portanto, mais incremento no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Apesar de a produção industrial paranaense ter sido menor do que a nacional – variação positiva de 8,10% – , Cid Cordeiro vê o índice com bons olhos. “Na série de cinco anos, esta é a primeira vez que há crescimento em dois semestres seguidos no Paraná. Se este comportamento permanecer, deixará para trás oscilações que inibem os investimentos, as contratações, a sustentabilidade”, afirmou. No primeiro semestre de 2000, a produção industrial paranaense apresentou queda de 3,62%. Em 2001, alta de 6,36%; em 2002, queda de 4,26% e, em 2003, alta de 5,24%.

De acordo com o supervisor técnico do Dieese-PR, o desempenho do Paraná ficou aquém do nacional por dois motivos: a base de cálculo do desempenho nacional era baixo – queda de 1,16% registrado em 2003 – e o setor de bens de capital duráveis – que não é o forte do Paraná – foi um dos que mais cresceu.

A previsão, apontou Cid, é que o Brasil encerre o ano com crescimento da produção industrial entre 8% e 10%. No ano passado, o País terminou com queda de 0,26%. No Paraná, a previsão é que o ano encerre com desempenho menor do que o nacional, afirmou Cid. “O Paraná já vinha com crescimento em diversos setores”, explicou.

Outros números

Em exportações, o Paraná cresceu 30,79% em dólares no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Já o consumo de energia elétrica caiu no período (-0,57%). As vendas reais cresceram 6,17%, enquanto as compras reais caíram 4,63%.

Paraná foi o quarto em geração

O Paraná gerou no primeiro semestre 39.407 novos empregos na indústria, com crescimento de 9,15%. Foi a quarta maior variação no País – atrás de Goiás (15,65%), Amazonas (13,19%) e Mato Grosso (11,41%) – e no volume de empregos gerados. São Paulo gerou 139.706 empregos; Rio Grande do Sul, 46.141; e Minas Gerais, 39.788. No País, a média de crescimento de empregos foi de 6,05%.

O interior respondeu por maior parte dos empregos gerados (81,24%), e os setores que mais empregaram foram a indústria de alimentos e bebidas (17.554 postos de trabalho), indústria da madeira e mobiliário (5.696), têxtil (4.093), material de transporte (3.296), metalúrgica (2.195) e química de produtos farmacêuticos, veterinária, perfumaria e sabão (2.165).

Em relação aos rendimentos, o salário real subiu 6,73% no primeiro semestre. “É um bom indicador de recuperação de renda do trabalhador”, apontou Cid Cordeiro, do Dieese-PR. Segundo ele, a recuperação da renda é atribuída especialmente à inflação em queda e aos bons resultados nas negociações coletivas. No País, o salário real subiu 8,73% no semestre. (LS)

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