Indústria ainda está frágil ante importados, apura Fiesp

O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, afirmou, em nota distribuída à imprensa, que os dados dos Coeficientes de Exportação e Importação (CEI), divulgados nesta segunda-feira, são “provas” das dificuldades da indústria em competir com os importados. “É natural que a produção acompanhe o ritmo do consumo aparente, mas essa queda aguda é sinal da fragilidade da indústria frente à competição externa.”

O coeficiente de exportação da indústria, indicador que mede a participação das exportações na receita total da produção industrial, caiu de 19,9% no último trimestre da ano passado para 19% no primeiro trimestre de 2012. Já o coeficiente de importação, que mensura a participação das importações no consumo aparente na indústria, recuou de 24% no quarto trimestre de 2011 para 22,6% nos três meses iniciais de 2012.

Se considerada apenas a indústria de transformação, no entanto, o Coeficiente de Exportação do primeiro trimestre de 2012 cresceu 1,4 ponto porcentual – de 14,7% para 16,1% – ante o mesmo período de 2011. Para a Fiesp, esse crescimento se deve à alta de 6% na taxa de câmbio média no primeiro trimestre frente ao mesmo período do ano passado.

“Apesar de não termos retomado os maiores níveis da série histórica, a evolução do Coeficiente de Exportação pode ter continuidade com a manutenção de um câmbio mais favorável”, disse Giannetti, no comunicado. Sobre o quarto trimestre do ano passado, porém, houve queda de 0,5 ponto porcentual, quando o indicador estava em 16,6%.

O Coeficiente de Importação da indústria de transformação passou de 20,4% no primeiro trimestre de 2011 para 21,6% no mesmo período de 2012. Sobre os últimos três meses do ano passado, o indicador deste ano apresentou queda em relação aos 22,7% registrados anteriormente.

Desempenho setorial

Quinze dos 33 setores analisados pelo Coeficiente de Exportação registraram avanço no primeiro trimestre deste ano em relação ao primeiro trimestre 2011, com destaque para metalurgia de metais não ferrosos, cujo índice passou de 40% para 51,4% no primeiro trimestre deste ano.

Já o Coeficiente de Importação apresentou alta em 22 setores. O de tratores, máquinas e equipamentos para agricultura foi o destaque, com crescimento 8,4 pontos porcentuais, ao passar de 37,3% para 45,7% na mesma base de comparação.