Índice de desemprego vai a 11,6% em fevereiro

Rio

  – A taxa de desemprego em fevereiro aumentou para 11,6%. Em janeiro era de 11,2%. O rendimento dos trabalhadores, que não apresenta crescimento desde julho de 2002 ficou estável, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O baixo nível de atividade econômica não abre condições para o crescimento do rendimento ou da ocupação em termos significativos”, disse Shyrlene Ramos de Souza, responsável pela pesquisa.

A estabilidade dos rendimentos em fevereiro reverteu o sinal negativo dos últimos três meses (novembro -2,4%; dezembro -1,7% e janeiro -5%), após a variação zero registrada em outubro.

A estagnação no mercado de trabalho é explicada especialmente pela estabilidade na ocupação, que teve variação de -0,1% de um mês para o outro. De janeiro para fevereiro, 25 mil pessoas deixaram o mercado de trabalho. Por outro lado, a desocupação (pessoas que não trabalham e procuram emprego) cresceu 4,1% e somou mais 93 mil pessoas no período. Houve queda na taxa, entretanto, na comparação com fevereiro do ano passado, quando atingiu 12,5%.

Para Shyrlene, o mercado de trabalho não piorou, apesar do pequeno aumento na taxa de desemprego de janeiro para fevereiro. “O aumento no número de desocupados não significa piora, porque além de ser um número muito pequeno, no início do ano mais pessoas procuram trabalho. Além disso, o mercado deve ser analisado pela ocupação, que ficou constante”, disse.

O IBGE só vai começar a comparar os dados do emprego com igual mês do ano anterior a partir da pesquisa referente a março pois houve mudança na metodologia de coleta dos dados. Em fevereiro, havia 18,22 milhões de ocupados e 2,4 milhões de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País.

Rendimento

O rendimento dos trabalhadores – sem contar gratificações adicionais – ficou inalterado de janeiro para fevereiro. O rendimento médio foi de R$ 849,50. O efetivamente recebido (incluindo ganhos extraordinários e gratificações) caiu 16,9% em janeiro (último mês pesquisado nesse indicador) ante dezembro, mas especialmente por fatores sazonais, já que no último mês do ano há pagamento do 13.º salário e outras gratificações.

Fome zero quer gerar oportunidades

A distribuição de cestas básicas não será uma prioridade do programa Fome Zero Paraná. A informação foi dada pelo secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, Padre Roque Zimmermann, nesta quinta-feira (27), em Cianorte. “Nosso foco serão as ações de geração de emprego e renda”, explicou. Padre Roque está percorrendo o interior do Estado desde o dia 24 de março. Ele tem participado de todos os quatorze fóruns regionais de Segurança Alimentar e Combate à Fome que estão acontecendo essa semana.

“Minha meta é transformar o pobre, o faminto, em protagonista de sua própria história”, disse Padre Roque. Outra inovação do programa paranaense será a forma como serão distribuídos os alimentos. “Ninguém irá buscar alimentos nas igrejas, centros comunitários. As cestas básicas serão levadas até a casa de quem precisa para que essa pessoa receba, além dos alimentos, a certeza de que nós estamos aqui para ampará-la, ajudá-la a sair dessa situação”, explicou.

Para o secretário, o programa Fome Zero é uma tarefa que exige uma reflexão pessoal. “Precisamos fazer uma auto-análise e mudar nosso comportamento em relação ao pobre, ao faminto. Essas pessoas são vítimas de uma situação histórica, de 500 anos de exclusão social. Temos que encará-los como seres humanos com potencial”, revelou.

O secretário acredita que o trabalho do Fome Zero Paraná só causará mudanças visíveis na sociedade daqui a dois anos. Para tanto, a Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social irá facilitar o acesso ao crédito para pequenos empresários, cooperativas e agroindústrias familiares através do Banco Social.

Um grande projeto de alfabetização de adultos será realizado. “Temos hoje perto de um milhão de paranaenses analfabetos ou semi-analfabetos”, revelou Padre Roque. Para o secretário essa situação é inadmissível. “Em pleno século XXI é impensável que ainda tenhamos adultos, jovens que não sabem ler, nem escrever”, disse.

O programa Fome Zero Paraná é uma iniciativa do governo do Estado, com a coordenação da Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social, em parceria com as demais secretarias de governo. O programa está sendo formulado com a ajuda da sociedade civil e das prefeituras de todo o Paraná através dos dezoito fóruns regionais. “Quando o Fome Zero for lançado no Paraná pelo governador Roberto Requião, ele terá um pouco de cada paranaense preocupado com a questão da fome”, disse. Quem quiser enviar sugestões ao programa tem até o dia 31 de março para entregá-las nos escritórios da Secretaria.

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