Índice Cielo do varejo registra alta de 1,8% em dezembro

O Índice Cielo de Varejo Ampliado (ICVA) mostrou alta real de 1,8% na receita de vendas do comércio varejista em dezembro de 2014 na comparação com o mesmo mês do ano passado. O indicador já desconta a inflação. Considerando a receita nominal, a expansão foi de 8%.

O gerente da área de Inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, destacou que o indicador revela o processo de desaceleração do varejo ao longo de 2014. Apesar de o evento promocional da Black Friday ter acelerado as vendas em novembro (quando houve alta de 4,3% segundo o ICVA), em dezembro o varejo voltou a um patamar inferior.

No acumulado do ano de 2014, de acordo com o ICVA, a receita deflacionada do varejo cresceu 4,2% na comparação com o ano anterior. Em termos nominais, a alta foi de 10,9%.

Mariotto ressaltou que quase todos os segmentos do varejo desaceleraram em dezembro. Os únicos que se destacaram positivamente foram negócios tradicionalmente mais resilientes, como drogarias e postos de gasolina. O varejo de vestuário, disse o gerente, foi o destaque negativo, reportando crescimento de vendas menor do que dezembro de 2013 e do que novembro. O ICVA inclui ainda setores associados ao turismo, mas Mariotto disse que não foi possível perceber pelo índice nenhum pico forte de vendas em hotéis ou companhias aéreas provocado pelas férias, apenas em agências de turismo.

Para a economista Mariana Oliveira, da Tendências Consultoria Integrada, o fraco desempenho do varejo em dezembro reflete a pressão inflacionaria, menor geração de empregos e consequente redução do poder de compra das famílias.

A perspectiva da economista para 2015 ainda é de que os resultados do varejo sigam pressionados por uma série de fatores do ambiente macroeconômico. A previsão da Tendências é de que a taxa de desemprego evolua de forma menos favorável e que haja um crescimento menor da massa de renda do trabalho este ano na comparação com 2014.

Elevações de impostos e reajustes nos preços administrados são outros fatores de devem impactar negativamente o poder de compra das famílias em 2015, afirmou Mariana.

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