Inadimplência no Bradesco deve fechar o ano em 4,3%

Nova York e São Paulo  (AE) – O Bradesco calcula que a taxa de inadimplência de seus empréstimos concedidos deverá ficar na faixa de 4,0% a 4,3% no próximo ano, segundo projeção do presidente da instituição, Márcio Cypriano, em entrevista durante o Bradesco Day, na NYSE, ontem, em Nova York. Para este ano, a expectativa do banco é que a taxa feche em 4,3%.

?Houve uma mudança de perfil, com maior inclusão de pessoa física no portfólio e redução de operações para grandes empresas. Estas operações devem ficar concentradas no nosso banco de investimento?, observou Cypriano. ?O foco para 2007 deve ser no varejo?, completou o executivo. Até 2006, cerca de 6 milhões de brasileiros tiveram conta corrente aberta por meio do Banco Postal, ponderou o executivo.

Cypriano afirmou também que as operações para pessoa física devem fechar em 43% do portfólio do banco neste ano. A previsão para 2007 é de crescimento do número para 45%, estimou. Em 2004, de acordo com ele, este numero estava em 27%.

O Bradesco também anunciou que pode abrir uma representação na China no próximo ano para atender operações de remessas de empresas brasileiras que estão no país. Nos EUA, a expectativa é de ampliar parcerias também na mesma categoria de operações para brasileiros que estão no país.

Segundo Cypriano, as ações PN da empresa tiveram valorização de 540% em dólares, em um período de cinco anos, enquanto as ONs tiveram valorização de 768% no mesmo período, também em dólares.

De acordo com o vice-presidente executivo, Milton Vargas, o Bradesco projeta um crescimento da margem financeira de 15% em 2006 e também em 2007. Contudo, o número fica abaixo da margem financeira registrada no acumulado até setembro deste ano, que ficou em 23,8%, afirma.

O Bradesco divulga as projeções tendo como cenário um crescimento do PIB brasileiro em 4,0% e nível do real entre R$ 2,30 e R$ 2,40 por dólar em 2007. Para este ano, a projeção da instituição é que a moeda brasileira fechará entre R$ 2,10 a R$ 2,20/dólar.

O vice-presidente do Bradesco, Milton Vargas, afirmou que o banco deverá fechar 2006 com um crescimento entre 23% e 25% na margem financeira (receita da intermediação financeira ajustada) sobre R$ 16,5 bilhões obtidos em 2005. Segundo o executivo, a expectativa inicial era de encerrar o ano com crescimento de 15% no indicador.

No acumulado de janeiro a setembro o banco obteve uma margem financeira de R$ 14,8 bilhões, com crescimento de 23% sobre igual período do ano anterior. Para 2007, a expectativa inicial é de alcançar uma evolução de 15%.

Cypriano disse também que o banco deverá reduzir totalmente sua atuação no segmento de microcrédito por conta da alta inadimplência do segmento (em torno de 8%). Ele destacou que o fim desse tipo de operação deve acontecer ao longo do tempo e que o banco deverá dar maior espaço para outras operações, como o crédito consignado e pessoal, entre outros.

Valor de mercado

O valor de mercado do Bradesco evoluiu de US$ 7,1 bilhões em 2001, para US$ 35,3 bilhões em 2006, um crescimento de 397%, segundo afirmou Cypriano.

O executivo destacou que o total de ativos mais que dobrou no período, alcançando a marca de US$ 113 bilhões. ?Somos o único banco latino-americano privado a figurar nesse seleto grupo com ativos acima de US$ 100 bilhões?, afirma.

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