Importação de produtos químicos em janeiro fica abaixo de US$ 2,5 bi pela 1ª vez

As importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 2,4 bilhões em janeiro, o que equivale a uma redução de 2,7% na comparação com dezembro e de 23,1% ante janeiro de 2015. Esta é a primeira vez desde abril de 2010 que o valor registrado para um único mês não supera a marca de US$ 2,5 bilhões, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).

Os intermediários para fertilizantes representaram 10,3% desse total, ou US$ 252,4 milhões, configurando o grupo de produtos mais importado pelo País em janeiro, apesar da queda de 50,6% em relação às importações desses produtos em dezembro passado.

As exportações, de US$ 944 milhões, também tiveram perdas de 4,5% e de 14,4%, respectivamente, nas mesmas bases comparativas. As resinas termoplásticas foram os produtos químicos mais exportados pelo País em janeiro, representando 20,6% (US$ 194,8 milhões) das vendas externas brasileiras de produtos químicos.

O resultado da balança comercial de produtos químicos indicou um déficit de US$ 1,5 bilhão em janeiro e de mais de US$ 24,8 bilhões nos últimos doze meses (fevereiro de 2015 a janeiro de 2016).

Em termos de volume, as importações de 2,2 milhões de toneladas representam uma diminuição de 14,2% em relação a janeiro passado e de 21% ante dezembro de 2015. Por sua vez, as exportações de 1,5 milhão de toneladas apontaram para um crescimento de 6,4% em relação a janeiro de 2015 e de 14,6% ante dezembro passado.

Para a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Denise Naranjo, o patamar cambial verificado nos últimos meses trouxe certo alívio ao setor, alavancando vendas externas e reduzindo a pressão competitiva em relação aos importados, mas não é a única condicionante de garantia de sucesso para o setor, em termos de trocas comerciais.

“Os ganhos financeiros cambiais, de natureza tipicamente conjuntural, têm sido muito importantes, particularmente em um momento em que o mercado externo se efetiva como canal para colocação de produtos que não estão encontrando demanda interna. Indiscutivelmente, a variável cambial é decisiva, mas não representa a totalidade de uma plataforma estratégica de exposição ao mercado externo, sendo imperativas, concomitantemente, políticas públicas estruturantes com foco na competitividade industrial e no fomento à exportação”, destaca Denise.

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