IGP-10 aponta inflação mais alta desde agosto de 2000

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços 10 (IGP-10) de setembro registrou uma variação de 2,4%, a mais alta desde agosto de 2000. Com base nesse resultado e na cotação do dólar dos últimos dias, o gerente de análise econômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, prevê que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) fechado de setembro, cuja coleta de dados termina amanhã, alcance um patamar ainda superior a este.

?A média da cotação do dólar, que até o dia 10 deste mês ficou em torno de R$ 3,10, já deve estar em mais de R$ 3 20?, comentou Quadros, justificando a previsão. O dia 10 foi a data na qual terminou a coleta de preços para a segunda prévia do IGP-M, divulgada ontem e que registrou variação de 1,79%.

O câmbio, que vem puxando a inflação para cima, tem influenciado principalmente os preços no atacado e fez com que o Índice de Preços do Atacado (IPA) do IGP-10 registrasse em setembro a marca de 3,35%. Taxas próximas a essa só ocorreram, por exemplo, em fevereiro e março de 1999 (4,23% e 5,27%, respectivamente), logo depois da mudança do regime cambial, em janeiro de 2000 (3,32%) e setembro de 2000 (3,07%). A diferença é que naquele período esses índices representaram picos de inflação que logo foram revertidos. Neste ano, desde março a trajetória do IPA-10 e do IGP-10 tem sido ascendente.

Quadros disse que enquanto a moeda norte-americana estiver supervalorizada as taxas de inflação devem acompanhar o mesmo ritmo. ?A permanência dessa alta está muito concentrada nos preços de matérias-primas, que é um grupo básico que tem impacto direto em alimentos e outros produtos. Mas também é um grupo com um potencial de reversão muito rápido?, afirmou, acrescentou que os índices divulgados pela FGV estão ?inflados? pela alta do dólar.

De acordo com o resultado divulgado hoje, o Índice de Preços ao Consumidor 10 (IPC-10) de 0,70% e o Índice Nacional de Construção 10 (INCC 10) de 1,06%. O acumulado do IGP-10 nos últimos 12 meses atingiu 12,7% e no ano, 9,87%.

Voltar ao topo