A percepção de que a tramitação da reforma da Previdência avança sem grandes percalços, combinada com o ambiente internacional relativamente tranquilo, garantiu um dia de ganhos do Índice Bovespa nesta quinta-feira, 13. O otimismo do investidor chegou a levar o índice a subir mais de 1% ao longo do pregão, superando os 99 mil pontos. No entanto, perdeu fôlego com o contrapeso do bloco financeiro, que apurou queda significativa. Ao final dos negócios, o índice marcou 98.773,70 pontos, com ganho de 0,46%.

continua após a publicidade

O grande evento do dia foi a apresentação do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) na comissão especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência. Os temores de excessiva desidratação da reforma foram diluídos com a informação de que a potência fiscal da proposta inicial do governo foi reduzida de R$ 1,2 trilhão para R$ 913,4 bilhões em dez anos. Levando em conta o fim da transferência dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o BNDES, o impacto fiscal sobe para R$ 1,13 trilhão, muito próximo da economia desejada pelo ministro da Fazenda, Paulo Guedes.

A repercussão positiva da matéria só não atingiu as ações do setor financeiro. Estas reagiram negativamente à inclusão no relatório da retomada das cobrança da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos pelas alíquotas vigentes até dezembro do ano passado. No fim de 2018, a cobrança das instituições financeiras caiu de 20% para 15%. De acordo com o relatório, a recomposição das alíquotas da CSLL para os bancos significa um reforço fiscal de R$ 50 bilhões em dez anos.

“A volta da alíquota para 20% não pode ser considerada uma surpresa, mas mesmo assim gerou reação negativa nas ações dos bancos, que tiraram um pouco do brilho do Ibovespa. O impacto desse aumento no imposto vai depender de como cada analista fará sua conta”, disse André Martins, analista da XP Investimentos.

continua após a publicidade

Ao final dos negócios, Banco do Brasil ON teve queda de 1,59%, enquanto Itaú Unibanco PN perdeu 1,79% e Bradesco PN, -1,09%.

No restante das ações, Martins chama a atenção para a alta praticamente generalizada, que atingiu até mesmo ações de empresas exportadoras, normalmente sensíveis à oscilação do dólar, que caiu 0,31%. Entre as altas do dia, o principal destaque ficou com as ações da Petrobras, que subiram 1,36% (ON) e 1,23% (PN), alinhadas à forte alta dos preços do petróleo no mercado internacional.

continua após a publicidade