O principal índice à vista da B3 iniciou o pregão desta segunda-feira, 16, acima dos 113 mil pontos, dando continuidade aos ganhos recordes recentes. Na sexta-feira, registrou o segundo dia seguido de máxima histórica (112.564,86 pontos). A marca dos 113 mil pontos desta segunda também é inédita e, na máxima, às 10h14, subia 0,49%, aos 113.118,53 pontos, na esteira de dados positivos chineses.

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No entanto, alguma instabilidade não pode ser descartada, já que nesta segunda-feira tem vencimento de opções sobre ações, que tende a permitir avanço do volume negociado acima da média.

Além disso, o mercado aguarda os detalhes do acordo “fase 1” assinado entre Estados Unidos e China para ter uma ideia melhor do entendimento.

O avanço acima do previsto na produção industrial e nas vendas do varejo chinesas em novembro podem conter temores de um desaquecimento econômico mundial em decorrência da guerra comercial, que teve início no ano passado.

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“A Bolsa ainda deve pegar carona no anúncio do acordo comercial na sexta-feira e repercutir esses indicadores da China”, analisa Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM, que reforça dinâmica positiva para a Bolsa.

Apesar de incertezas sobre detalhes do acordo comercial, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, assegurou no fim de semana que o acordo está “totalmente completo”. Já secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, afirmou que o pacto será assinado em janeiro, e que isso deve impulsionar a economia mundial.

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“E o governo chinês mostrou que cumpriu sua promessa, ao adiar a imposição de tarifas sobre carros e outros bens norte-americanos. Isso também anima”, diz a analista Sandra Peres, da Terra Investimentos.

Sandra também concorda que a tendência continua positiva para a B3, mas não ignora a possibilidade de um sobe-e-desce nessa reta final de 2019.

“Internamente, não podemos descartar volatilidade maior por conta do fim do ano. Além disso, a semana tem diversos indicadores que sairão no Brasil. No entanto, a tendência é positiva para a Bolsa”, afirma Sandra Peres, analista da Terra Investimentos.

Esta semana, serão divulgados a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do último trimestre, na quinta, e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA -15) de dezembro e de 2019.

Ainda que as estimativas para a inflação deste ano no levantamento Focus de hoje tenham avançado e o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de dezembro, também, Sandra pondera que o quadro inflacionário continua controlado e não requer preocupação. Na pesquisa, a mediana das estimativas para o IPCA de 2019 passou de 3,84% para 3,86%, mas ainda está aquém do centro da meta de 4,25%. Já a projeção mediana para 2020 permaneceu em 3,50%.

Já a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 1,69% este mês, fechando o ano em 6,39% (de 7,92% em 2018). “Além disso, a alta da estimativa para o PIB Produto Interno Bruto melhorou, mesmo que marginalmente passou de 1,10% para 1,12% em 2019, mostrando que os indicadores de atividade estão se consolidando”, completa.

No entanto, o investidor deve continuar atento às ações da Petrobras, que na sexta caíram 4,7% e impediram ganhos mais elevados da Bolsa, após Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciar o processo de venda de suas ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras.